Uma nova estratégia global deve levar a uma onda de demissões na Sanofi. Fontes ouvidas pelo Panorama Farmacêutico avaliam que até 2 mil colaboradores poderiam perder seus empregos em nível global, incluindo farmacêuticos e profissionais de força de vendas.
E embora a indústria farmacêutica francesa tenha sido procurada pela redação e declarado ser cedo para falar em impactos no mercado brasileiro, o país não deverá ficar ileso.
Segundo apuração original do portal norte-americano Fierce Biotech, um e-mail enviado no último dia 4 de abril foi usado pela direção do laboratório para revelar as demissões na Sanofi.
O documento com a assinatura de Houman Ashrafian, líder de pesquisa & desenvolvimento (P&D), contém 230 palavras que expuseram as ambições da companhia – entre elas a de construir “uma potência em imunociência, preparada para acelerar lançamentos e transformar a prática da medicina”. Mas…
Mas a mensagem veio acompanhada da previsão de uma “estrutura simplificada de P&D”. O executivo confirmou que, “como esta redefinição de prioridades não pode ser alcançada sem um impacto na nossa força de trabalho, a nossa prioridade é comunicar as equipes afetadas em todas as áreas terapêuticas”.
Como parte desse redirecionamento, a Sanofi também começou a planejar a separação da unidade de MIPs, que agrega marcas renomadas como Buscopan, Dorflex e Novalgina. O Dorflex é o carro-chefe da farmacêutica no mercado brasileiro, sendo um dos 15 medicamentos com maior venda de unidades e um dos dez com maior faturamento.
A Sanofi ainda avalia quais seriam os caminhos para efetivar essa separação, mas a hipótese mais provável é a de uma transação por meio do mercado de capitais. Uma nova empresa seria formada e listada na bolsa de valores da França. Porém, o plano também passa por reduzir custos operacionais.
Com foco na inovação radical em um segmento específico, em detrimento de outros setores, a redução do quadro de colaboradores é uma consequência natural. Entretanto, podem haver mais elementos nessa história.
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