Falta de remédio para hanseníase eleva críticas a Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde vem enfrentando um cenário de escassez de medicamentos para hanseníase. Como resultado, pacientes de todo o país com a doença não conseguem iniciar ou acabam interrompendo o tratamento em todo o país.
Segundo documento do ministério, os medicamentos usados no tratamento de primeira linha da hanseníase (poliquimioterapia e clofazimina) são doados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e ainda não foram recebidos.
O ministério afirmou em nota à reportagem que a OMS afirmou que houve atraso por problemas de produção e pelos problemas logísticos no transporte marítimo na região do Oriente Médio. A previsão é receber os produtos ainda em março.
No entanto, o Ministério da Saúde reconhece no documento que, em relação à clofazimina, as quantidades recebidas no ano de 2023 já não eram adequadas para suprir a demanda da rede por causa do aumento do consumo.
Entidades apontam que a distribuição irregular dos medicamentos já é observada desde o início da pandemia da covid-19 e que a pasta não elaborou nenhum plano alternativo efetivo para lidar com o problema.
Em resposta à escassez, o ministério sugere no documento e em nota enviada à reportagem o uso de medicamento de segunda linha, conhecido como ROM (Rifampicina + Ofloxacino + Minociclina), em dose única mensal. Segundo a pasta, há respaldo científico para isso.
Mas especialistas apontam que os medicamentos de segunda linha oferecidos para suprir momentaneamente a situação não são eficazes para todos os tipos da doença. Além disso, afirmam que esses produtos também estão em falta em algumas regiões.
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