Para ser justo, fica cada vez mais difícil inovar. Os cientistas precisam de anos de estudo apenas para absorver as descobertas do passado. A maioria, então, trabalha em problemas altamente especializados, mas triviais. E há sempre um equilíbrio de forças entre a inovação e a regulamentação em áreas como, por exemplo, a de medicamentos. À medida que as sociedades vão ficando mais ricas, tendem a se inclinar para a regulamentação. Um indicador disso é o número de advogados: nos EUA, quadruplicou desde 1970; na China, aumentou 148% em dez anos.
No entanto, as crises aceleram a inovação. Quando a covid-19 eclodiu, as autoridades reguladoras aprovaram o uso de novas vacinas de RNA mensageiro, que estimulam o sistema imunológico. Agora, essas vacinas vêm sendo testadas contra o câncer. Ao mesmo tempo, as pesquisas médicas ocasionalmente produzem mudanças importantes, e as primeiras vacinas eficazes contra o antigo flagelo da malária podem beneficiar dezenas de milhões de crianças neste ano.
A IA também está descobrindo remédios, observa Steve Crossan, da firma de capital de risco DCVC. A IA agora é tão fácil de usar que um químico acadêmico pode aprender a dominá-la em apenas algumas horas de estudo. Adicione à mistura a edição de genes atualmente em fase de ensaio clínico e o resultado é uma aceleração rumo à medicina personalizada. O câncer de fígado de uma pessoa, por exemplo, receberá um tratamento cada vez mais diferente ao de outra.
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