Bristol Myers Squibb compra Mirati Therapeutics por US$ 5,8 bilhões

A Bristol Myers Squibb comprou a Mirati Therapeutics numa transação que avalia o empresa especializada em oncologia em até US$ 5,8 bilhões, o exemplo mais recente de uma farmacêutica que busca aquisições para recompor receitas, à medida que os produtos mais vendidos enfrentam a concorrência dos genéricos.

A empresa biofarmacêutica anunciou no domingo que havia celebrado um acordo de fusão definitivo com a Mirati, segundo o qual pagaria US$ 58 por ação em dinheiro. Os acionistas da Mirati também receberão um direito de valor contingente não negociável, potencialmente no valor de US$ 12 por ação em dinheiro.

Sensores adesivos podem impulsionar a medicina em direção à prevenção

Em 2011, Eric Topol publicou um livro em que argumentou que as tecnologias digitais e outras iriam fazer as trombetas schumpeterianas soar no campo da medicina. Uma das conclusões mais fortes do autor é que isto resultaria no empoderamento do “cliente da saúde”. Pouco mais de uma década depois, o que se observa é que ele estava certo. Cada app ou sensor desses eleva um pouquinho o protagonismo individual no manejo de aspectos críticos da vida, gerando efeitos acumulativos na relação médico-paciente.

É interessante notar que o debate da inovação nesta área está totalmente orientado aos impactos da inteligência artificial. O que se discute diariamente é se (e quando) os algoritmos generativos irão eliminar os empregos na medicina, assim como ameaçam fazer no direito.

Na minha visão, em nenhum dos dois casos isso deve acontecer, pela simples razão de que os conselhos federais não irão permitir. Haverá, sem dúvida, redução no “headcount”, mas o ponto de contato com o paciente/cliente permanecerá humano, dada a força das entidades de classe.

Por outro lado, note o efeito de drogas como Ozempic e Monjaro: no médio prazo, elas reduzem o número de cirurgias bariátricas e ortopédicas, bem como as visitas ao cardiologista, endocrinologista, clínico geral e assim por diante.

Biossensores como estes adesivos e outros tendem a produzir o mesmo efeito, só que de maneira turbinada, razão pela qual deverão pautar discussões importantes sobre o futuro da medicina, quando a poeira da IA generativa baixar um pouquinho.

Empresa de Cannabis entra na mira da Anvisa e da concorrência

Nesse mercado de Cannabis, startups especializadas na venda de produtos medicinais por meio de plataformas digitais, os chamados marketplaces, surgiram com a missão de resolver vários problemas do cliente em um só lugar. Para quem nunca comprou sequer um óleo de CBD e não sabe onde encontrar, parece a solução dos problemas: além dos medicamentos, oferecem cursos de especialização em medicina endocanabinoides, conectam médicos e pacientes, e cuidam da burocracia da importação do produto junto à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador do comércio de Cannabis no Brasil. Apesar de prático, o serviço pode dar vazão a conflitos de interesses entre marcas e médicos a serviço das plataformas, entre outros.

O mercado está aquecido, tanto que a importação de produtos de Cannabis cresceu 93%, de julho de 2022 ao mesmo período de 2023. Surgiram novos negócios, dos mais variados, vendendo de flores a cremes com CBD, acelerando a propaganda indiscriminada nas redes sociais, que virou terra sem lei. Playeres mais antigos passaram a vigiar, reclamar a concorrência agressiva e, em contrapartida, a agência reguladora apertou a fiscalização. No olho desse furacão de interesses, a Cannect, uma das maiores marketplaces, entrou na mira da Anvisa e dos concorrentes, a ponto de ser punida severamente pela agência por fazer propaganda irregular.

O setor da Cannabis tem, sim, normas rígidas, uma vez que está submetida às mesmas regras do mercado farmacêutico, em geral. Por exemplo, no Brasil, não é permitida a propaganda de medicamentos – portanto mesmo sendo o extrato de CBD (Canabidiol, substância terapêutica, derivada da Cannabis) considerado produto medicinal (e não um medicamento), ele fica sujeito a mesma regulação.

Varejo farmacêutico volta a nível de 2019 em novas lojas

O varejo farmacêutico viveu um boom de novas lojas durante a pandemia, mas o movimento agora é de consolidação. A realidade já é semelhante à de 2019.

Depois de um saldo de mais de 500 novas lojas em 2020 e 2021, o mercado de farmácias atinge um patamar próximo ao neutro na proporção entre aberturas e fechamentos de PDVs.

Entre as representantes do varejo farmacêutico que mais abriram farmácias, a RaiaDrogasil dispara na liderança, com um saldo de 120 novas lojas, das quais 69 são da Drogasil e 51 da Droga Raia. Ambas as bandeiras ocupam as duas primeiras posições do ranking.

Na sequência, o associativismo não só mostrou sua força, como também seu equilíbrio. RM Farma, Augefarma, DSG Farma, Unifarma e Ultra Popular fecham a relação, todas com saldo superior a 40 inaugurações.

Política de inovação da Anvisa anima setor farmacêutico

A nova política de inovação da Anvisa gerou entusiasmo em representantes do setor farmacêutico. A agência deixará de ser apenas um órgão regulador para atuar como indutor para a indústria farmacêutica, a exemplo do que já fazem organismos como a FDA e a EMA.

As informações são da Veja. A mudança foi anunciada no Diário Oficial da União (DOU), por meio da Portaria 1.100/2023. O objetivo será estimular a inovação para a solução de problemas na área da saúde pública.

Para o presidente-executivo do Grupo Farma Brasil, Reginaldo Arcuri, a nova política de inovação da Anvisa é resultado de anos de luta do setor. “Defendemos isso há pelo menos 13 anos. A Anvisa não vai abrir mão de suas tarefas de proteger a saúde pública, mas passa a ter foco também na inovação”, afirma.