Um aumento nas tarifas comerciais dos Estados Unidos sobre importações da União Europeia que gere retaliações enfraqueceria o crescimento econômico na zona do euro e aumentaria a inflação, disse nesta quinta-feira a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. Em declarações feitas a legisladores europeus, ela afirmou que um aumento nas tarifas americanas de 25% reduziria a taxa de crescimento econômico na zona do euro em 0,3 ponto percentual no primeiro ano das medidas em vigor.
Se a União Europeia retaliar aumentando tarifas sobre importações dos EUA, o crescimento seria reduzido em 0,5 ponto, enquanto a taxa de inflação da zona do euro seria aumentada na mesma proporção. Em suas projeções divulgadas recentemente, o BCE esperava um crescimento de 0,9% neste ano e de 1,2% em 2026 na zona do euro, enquanto a inflação ficaria em 2,3% neste ano e em 1,9% no próximo.
Lagarde disse que o impacto inflacionário desapareceria com o tempo, o que poderia ser uma indicação de que o banco central provavelmente não responderia aumentando as taxas de juros. “O efeito diminuiria no médio prazo devido à menor atividade econômica amortecendo as pressões inflacionárias”, afirmou a dirigente. A análise do BCE sobre o impacto das tarifas mais altas é semelhante à visão do Federal Reserve (Fed), que, na quarta-feira, reduziu as projeções de crescimento econômico e passou a esperar uma inflação mais alta.
“O aumento das fricções comerciais é prejudicial ao crescimento e ao bem-estar globais”, disse Lagarde. “Eles aumentam os custos, interrompem a produção e frequentemente levam a um ajuste das cadeias de suprimentos. Isso também encoraja políticas retaliatórias de ‘olho por olho’, minando ainda mais os benefícios do livre-comércio”, defendeu a dirigente.
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Fonte: Valor Econômico

