Por Gabriel Caldeira, Igor Sodré e Eduardo Magossi — De São Paulo
19/12/2023 05h03 Atualizado há 5 horas
A tentativa de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de esfriar a expectativa do mercado por cortes de juros mais intensos nos Estados Unidos foi praticamente ignorada pelos investidores. Embora os rendimentos dos Treasuries tenham subido ontem, o ritmo foi modesto, enquanto as bolsas de Nova York terminaram o pregão em território positivo.
O “yield” (retorno) da T-note de dois anos terminou o dia em leve alta, aos 4,467%, de 4,434% na véspera. Na ponta longa da curva dos Treasuries, o rendimento da T-note de dez anos subiu de 3,914% a 3,939%. Já nas bolsas, o índice Dow Jones terminou o dia estável, enquanto S&P 500 (0,45%) e Nasdaq (0,61%) tiveram altas firmes.
A precificação de cortes de juros mais intensos pelo Fed, com início esperado em março de 2024, permaneceu intacta mesmo após os presidentes das distritais de Cleveland e Chicago do banco central – Loretta Mester e Austan Goolsbee, respectivamente – alertarem que as expectativas estão desalinhadas com o que a entidade pensa sobre seu ciclo monetário no momento.
Segundo Mester, os cortes de juros não vão acontecer no curto prazo, uma vez que a discussão central ainda é saber por quanto tempo as taxas terão de ficar no patamar atual de 5,25% a 5,5%.
Já Goolsbee, uma das vozes menos conservadoras do atual comitê do Fed, comemorou o progresso na inflação, mas disse ter ficado “confuso” com a reação do mercado à decisão de juros na quarta-feira passada. “A inflação é o único parâmetro que ainda não cumprimos do nosso mandato. Ainda não chegamos lá”, disse em entrevista à CNBC.
Fonte: Valor Econômico

