Farmacêutica brasileira deve assinar em breve contrato de R$ 340 milhões com a instituição, braço do Banco Mundial
Por Cibelle Bouças — De Belo Horizonte
20/01/2023 05h01 Atualizado há 6 horas
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2023/i/d/CXlhHUQFKtzoUyhfDuiA/foto20emp-101-uniao-b2.jpg)
Fernando Marques, presidente da União Química, diz que a expansão é para atender demanda por produtos hospitalares no Brasil e no mercado externo — Foto: Carol Carquejeiro/Valor
A farmacêutica brasileira União Química investe neste momento aproximadamente R$ 200 milhões na ampliação da sua fábrica em Pouso Alegre, no sul de Minas Gerais. A companhia também aguarda a assinatura, em breve, de um empréstimo do International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial, de R$ 340 milhões, para expansão de suas fábricas no país.
O presidente da União Química, Fernando de Castro Marques, disse que com a expansão, a unidade de Pouso Alegre, que responde por 80% dos produtos injetáveis da companhia, terá aumento de 130% na capacidade produtiva de injetáveis e estéreis. A expansão começou a ser feita no ano passado e tem previsão de ser concluída neste semestre.
Para essa expansão, a empresa vai usar uma área existente ao lado da fabrica, que foi adquirida no ano passado da empresa ICL. A União Química solicitou e obteve da prefeitura de Pouso Alegre a cessão da rua que dá acesso aos dois terrenos. Na unidade da cidade mineira são fabricados produtos injetáveis, hormônios orais e injetáveis, colírios estéreis, antibióticos e outros. A farmacêutica vai agora ampliar a fabricação de produtos hospitalares (como antibióticos e anti-inflamatórios), injetáveis e colírios.
“As cirurgias eletivas estavam muito represadas por causa da pandemia, mas agora estão sendo feitas. Estamos fazendo o investimento para atender a demanda atual e futura, inclusive o aumento do leque de produtos que hoje são importados e que vamos produzir no Brasil”, afirmou Marques.
O presidente da União Química acrescentou que a expansão permitirá à empresa ampliar as exportações, que atualmente giram em torno de US$ 20 milhões por ano. “Existe uma demanda aquecida por produtos farmacêuticos, principalmente da área hospitalar, em função dos problemas de abastecimento no mercado internacional. Temos aberto novos mercados”, afirmou Marques.
Entre os novos mercados o executivo citou México, Colômbia, países da América do Sul e da África. A companhia não divulgou a previsão de exportações para este ano. “Acredito que vamos conseguir crescer de forma muito significativa em função das demandas externas e de consultas de novos mercados que não encontram produtos no mercado internacional”, disse Marques.
A União Química prevê contratar cerca de 300 pessoas quando a área nova estiver em plena operação. Atualmente, a fábrica de Pouso Alegre emprega 1,3 mil pessoas.
A companhia também espera concluir neste início de ano um acordo para obter um empréstimo do IFC de R$ 340 milhões (US$ 65 milhões). De acordo com informações do IFC, o empréstimo será com garantias e terá vencimento em oito anos.
Do total, R$ 100 milhões serão usados para modernizar suas fábricas para a produção de vacinas (para covid-19 e outros). Outros R$ 235 milhões serão destinados ao aumento da capacidade fabril de produtos para o segmento hospitalar, como antibióticos, corticóides, anti-inflamatórios e anestésicos. A parcela restante (R$ 5 milhões) será usada para capital de giro.
Os recursos serão usados para expandir a capacidade de produção nas unidades de São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. A companhia tem ainda planos de investir na produção de energia fotovoltaica. “Vamos assinar o acordo e partir para execução das obras”, disse Marques.
A União Química tem nove unidades fabris no país e uma nos EUA. No segmento de produtos hormonais, a farmacêutica lidera a categoria de contraceptivos femininos, com os medicamentos Ciclo 21 e Microvlar. Juntos, eles correspondem a 34% das unidades comercializadas no mercado de contraceptivos, segundo dados da IQVIA, de novembro de 2022.
Fonte: Valor Econômico
