Com 19 empresas em portfólio neste momento, aceleradora de startups quer levantar entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões
Por Stella Fontes — De São Paulo
05/04/2023 05h01 Atualizado há 7 horas
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Marcel Grecco, presidente e fundador da aceleradora de startups: educação é um dos pilares para desenvolvimento do setor de cannabis no Brasil — Foto: Divulgação
A aceleradora de startups The Green Hub abriu uma nova rodada de captação de recursos com vistas a fomentar o setor de cannabis no Brasil. Com 19 empresas em portfólio neste momento, pretende levantar entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões ainda em 2023 para dar mais ritmo ao desenvolvimento de novos negócios. Em dois anos, a ambição é chegar a 44 empresas sob seu guarda-chuva.
São quatro as verticais de interesse da aceleradora: cannabis medicinal, que está na origem de sua atuação; industrial (uso do cânhamo como fibra têxtil, por exemplo); bem-estar e saúde; e uso recreativo – pilar em que a The Green Hub não tem atuação direta e só deve começar a ser explorado no longo prazo, e a depender dos avanços regulatórios.
“Queremos potencializar o crescimento do portfólio”, diz Marcel Grecco, um dos fundadores e presidente do primeiro hub de startups com foco em cannabis medicinal da América Latina.
Conforme o empreendedor, num primeiro momento, a tese de investimento da The Green Hub estava focada no uso terapêutico de substâncias extraídas da cannabis, como os canabinoides. De 2020 para cá, iniciativas que extrapolam o uso medicinal também passaram a ser exploradas e atualmente o portfólio de empresas reflete a cadeia verticalizada da cannabis.
Dessa forma, hoje a The Green Hub abriga desde empresas que se dedicam a biotecnologia ou melhoramento de sementes a empresas que desenvolveram tecnologias aplicadas ao processo produtivo (cultivo e extração) ou produtos finais, como cosméticos, suplementos e fibra têxtil, passando pela cannabis medicinal.
Há ainda empresas de tecnologia e serviços, como software e educação. As 19 empresas do portfólio atual, segue Grecco, passaram pelo ciclo de aceleração nos últimos três anos, com estágios de maturidade e planos de negócio diversificados.
“A The Green Hub sempre entendeu que educação seria a principal engrenagem para a evolução do setor no Brasil, estruturada em pesquisa, dados, geração de conteúdo. Educação é um pilar e o outro, se tornar a inteligência do mercado, conectando ‘stakeholders’ estratégicos”, conta.
Na última rodada de captação de recursos, em 2021, a The Green Hub recebeu R$ 5 milhões, suficientes para cobrir os investimentos por um período de três anos. Até agora, “family offices” foram os grandes incentivadores financeiros dos projetos, mas a aceleradora iniciou conversas com fundos de venture capital e corporate venture capital (CVC) em busca de novos investidores.
Depois de se consolidar como plataforma especializada em cannabis e notar crescente interesse do setor corporativo por suas habilidades, a aceleradora passou a oferecer também consultoria à indústria farmacêutica, seja para o desenvolvimento de produtos, seja para a prospecção de negócios nessa área na América Latina. Nomes como Merck, Hypera e Aspen Pharma estão entre os clientes nessa área.
Conforme Grecco, o plano futuro é iniciar dois ciclos de aceleração por ano, frente a um até agora. Em 2022, na última chamada de projetos, mais de 140 empresas se inscreveram.
Fonte: Valor Econômico