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Os rendimentos dos Treasuries e o dólar fecharam em queda expressiva ontem, em um movimento de consolidação depois da alta da véspera, provocada pelo anúncio de tarifas comerciais que o presidente eleito Donald Trump prometeu implementar no primeiro dia de seu mandato.
Wall Street fechou em queda firme pressionado pelas ações de empresas de tecnologia. Dell e HP lideraram perdas de cerca de 12% depois de divulgarem “guidance” (projeções) abaixo do esperado. No fechamento, o índice Dow Jones caía 0,31% a 44.722,06 pontos, o S&P 500 recuava 0,38% a 5.998,82 e o Nasdaq perdia 0,59% a 19.060,48.
Alguns analistas avaliam que seria difícil, mesmo com ordem executiva, implementar tarifas comerciais tão rapidamente. Além disso, o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de outubro, divulgado ontem, ficou dentro do esperado, em 0,2% na base mensal e 2,3% na base anual, o que leva os investidores a elevarem as apostas em um corte de 0,25 ponto percentual nos juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) na reunião de dezembro.
Segundo o CME Group, a expectativa de um corte de 0,25 ponto em dezembro aumentou de 59% para 66%. No geral, o mercado precifica agora três cortes de juros até o fim de 2025 diante da resiliência da economia americana, o que pode fazer com que o Fed possa reduzir o ritmo dos cortes, como foi sugerido na ata da reunião do banco central.
Para Veronica Clark, economista do Citi, o núcleo do PCE que ficou em 0,27% (arredondado para 0,3%) saiu perto das estimativas do banco e do consenso de economistas. “O segundo mês de núcleo elevado segue um período de resultados mais suaves e não será suficiente para impedir o Fed de cortar as taxas em dezembro. Esperamos um núcleo do PCE entre 0,15% e 0,20% na base mensal em novembro e dezembro, que mantenha o Fed no caminho para mais cortes em 2025”, disse.
A renda pessoal do americano subiu mais que o esperado em 0,6% ao mês com um aumento sólido de 0,5% na remuneração dos funcionários e uma forte elevação de 1,3% na renda de dividendos. Os gastos pessoais aumentaram em linha com as expectativas em 0,4%.
“Após dois meses de lento crescimento da renda real, as rendas aumentaram em outubro, graças em parte a dividendos mais generosos do que o normal. Isso não deve se repetir”, avalia Clark, que espera que os gastos do consumidor continuem desacelerando em 2025.
No fechamento, o rendimento da T-Note de 2 anos caiu de 4,258% para 4,237%, enquanto o do papel de 10 anos recuou de 4,310% para 4,271. Já o retorno do título de 30 anos passou de 4,483% para 4,443%. O índice DXY – que mede a relação entre o dólar e uma cesta de moedas – recuava 0,86% a 106,09 pontos.
No câmbio, o destaque ficou para o iene que se valorizou 1,20% em um movimento de busca por ativos considerados porto seguro e diante da expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) voltará a elevar os juros em dezembro. No final do dia, o dólar perdia 1,20% ante a moeda japonesa a 151,154 ienes.
Fonte: Valor Econômico

