A taxa de desemprego no país foi de 5,6% no trimestre móvel encerrado em julho. O resultado ficou abaixo do verificado no trimestre imediatamente anterior, encerrado em junho (5,8%), mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o desempenho, a taxa de desemprego renovou, pela segunda vez consecutiva, sua mínima histórica e registra novamente menor resultado da série da pesquisa, iniciada em 2012.
O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas de 20 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo VALOR DATA, que apontava para uma taxa de 5,7% no trimestre móvel encerrado em julho. O intervalo das projeções ia de 5,6% a 5,8%.
O IBGE detalhou que a taxa de desemprego recuou ainda em duas comparações: -1,0 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre móvel anterior, encerrado em abril (6,6%) e -1,2 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2024 (6,9%).
No trimestre encerrado em julho, o país tinha 6,118 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. O número aponta retração de 14,2% frente ao trimestre anterior, encerrado em junho (menos 1 milhão de pessoas) e queda de 16% frente a igual período de 2024 (menos 1,2 milhão milhões de pessoas).
De junho para julho, a população ocupada (empregados, empregadores, funcionários públicos) também foi recorde, e era de 102,4 milhões de pessoas. Isso representa um avanço de 1,2% em relação ao trimestre móvel anterior (mais 1,2 milhão pessoas ocupadas). Frente a igual trimestre de 2024, subiu 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas).
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A renda média dos trabalhadores foi recorde ao avançar 1,3% no trimestre encerrado em julho ante trimestre móvel anterior, para R$ 3.484,00. Na comparação com igual trimestre de 2024, houve alta de 3,8%.
Já a massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) também foi recorde ao atingir R$ 352,3 bilhões no trimestre móvel encerrado em julho. O número aponta variação de 2,5% frente ao trimestre móvel anterior, ou R$ 8,6 bilhões a mais. Frente a igual período de 2024, houve aumento de 6,4% (mais R$ 21,3 bilhões).
Setor privado
O número de empregados no setor privado brasileiro ficou em 52,6 milhões, recorde da série da Pnad Contínua. O contingente ficou estável no trimestre anterior; a crescer 2,2% (mais 1,2 milhão) ante mesmo período no ano passado.
O IBGE informou ainda que o número de empregados com carteira assinada no setor privado, excluindo trabalhadores domésticos, também foi novo recorde da série, com 39,1 milhões de pessoas. Esse volume representa estabilidade ante trimestre anterior, e expansão de 3,5% (mais 1,3 milhão de pessoas) ante mesmo período em 2024.
O instituto detalhou ainda que o número de empregados sem carteira no setor privado foi de 13,5 milhões, estável tanto ante trimestre anterior, como ante mesmo período em 2024.
Além disso, o número de empregados no setor público foi de 12,9 milhões, novo recorde, com alta de 3,4% (mais 422 mil pessoas) ante trimestre anterior, e aumento de 3,5% (mais 434 mil) ante mesmo período em 2024.
Já o número de trabalhadores por conta própria ficou em 25,9 milhões, também recorde, com aumentos de 1,9% (mais 492 mil pessoas) ante trimestre anterior, e alta de 4,2% (mais 1 milhão) ante mesmo trimestre em 2024.
Informalidade
Por fim, a taxa de informalidade foi de 37,8% da população ocupada, representando 38,8 milhões de trabalhadores informais, ante 38% (ou 38,5 milhões) no trimestre anterior e 38,7% (ou 38,7 milhões) no trimestre encerrado em julho de 2024. A taxa de informalidade mede a proporção de trabalhadores que atuam no mercado de trabalho de forma informal, sem vínculo empregatício formal, como carteira assinada, e sem os direitos trabalhistas associados, como férias ou contribuição para a Previdência Social.
Taxa de subutilização
A taxa composta de subutilização do mercado de trabalho brasileiro ficou em 14,1% no trimestre finalizado em julho. A taxa é um indicador que mede o percentual da força de trabalho que não está totalmente empregada ou que está disponível para o mercado, mas não trabalha.
No estudo, os pesquisadores do IBGE informaram que a taxa de subutilização do trabalho foi a mais baixa da série da pesquisa, iniciada em 2012. Também recuou em duas comparações: em -1,3 ponto percentual ( p.p.) frente ao trimestre anterior (15,4%) e em – 2,1 p.p. ante o mesmo trimestre de 2024 (16,2%).
Além disso, o IBGE detalhou que a população subutilizada no mercado de trabalho foi de 16,1 milhões no trimestre finalizado em julho, com queda de 8,8% (menos 1,6 milhão) ante trimestre anterior; e retração de 12,4% (menos 2,3 milhões) ante mesmo período em 2024.
Já a população subocupada por insuficiência de horas ficou em 4,6 milhões, estável na comparação com trimestre anterior, e 7,1% inferior (menos 349 mil pessoas) em comparação com igual período em 2024.
A população fora da força de trabalho, ou seja, em condições de trabalhar, mas sem buscar emprego, foi de 65,6 milhões, um volume estável ante trimestre anterior e em mesmo período em 2024.
Por sua vez, a população desalentada ficou em 2,7 milhões no trimestre encerrado em julho, uma queda de 11,0% (332 mil pessoas a menos) na comparação com trimestre anterior, sendo 15,0% inferior (menos 475 mil pessoas) ante mesmo período em 2024. Esses são pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar um emprego porque não acreditam que conseguirão.
Fonte: Valor Econômico