Por Adriana Cotias — De São Paulo
07/11/2022 05h02 Atualizado
A gestora de patrimônio SWM e a assessoria Verk Investimentos fecharam acordo para fundir suas operações. As duas empresas são conectadas à rede do BTG Pactual e vão se organizar sob um novo arranjo societário debaixo do Grupo SWM.
Leia também: Disputa por gestão de fortunas acelera com alta de juros e crescimento baixo
Com R$ 4,2 bilhões na custódia do BTG Pactual, a SWM foi fundada no início de 2020 por quatro sócios egressos do private banking do BNP Paribas. Atua nos segmentos “high” e “ultra-high-net-worth individual”, de pessoas e famílias de alto patrimônio – com tíquete médio de R$ 16 milhões. Tem sua base no Sudeste, enquanto a Verk se desenvolveu no Norte e Nordeste, principalmente em atividades no segmento corporate e de mercado de capitais, incluindo renda variável e derivativos. Tem ainda um braço de corretagem de seguros. Deu “match”.
“Quando começamos a conversar, percebemos que havia muita complementariedade, tanto geográfica quanto nas diversas linhas de negócios”, afirma Manoel Campos, um dos sócios-fundadores da SWM. A única região onde havia alguma sobreposição física era em Minas Gerais. Ao todo, agora o grupo reúne também escritórios em São Paulo, Pernambuco, Piauí, Ceará e Pará.
A combinação dos negócios serviu para encurtar o caminho para uma operação “360 graus”, atendendo o cliente não só em investimentos, mas também em corporate, operações de fusões e aquisições, sucessão e dívida, lista Campos.
Esse tem sido um modelo incentivado pelo BTG Pactual desde que decidiu avançar pelo canal de distribuição independente, dos agentes autônomos. O banco vem rivalizando com a XP, que primeiro cresceu em investimentos para a alta renda afluente, passando a demandar uma oferta mais completa dos escritórios a partir da criação de verticais como o Banco XP e a sua própria seguradora.
Campos conta que a sua transição de banco para o mundo independente veio da percepção de que havia uma limitação para a oferta cruzada de produtos e serviços financeiros. Foi no período de intensa movimentação de profissionais para iniciativas do gênero que ele e os outros sócios saídos do BNP tomaram esse caminho. Coincidiu de iniciarem o negócio pouco antes da pandemia de covid-19. Mesmo assim, a SWM ganhou tração porque no grupo francês o pedaço do patrimônio dos clientes era relativamente pequeno, de 10% a 15% do total investido em estruturas de private banking.
“Havia um universo gigante de recursos que poderia migrar, mas tinha que agregar valor, precisava atender empresário, ter alguém com experiência de ‘deal de M&A’, principalmente no pós-pandemia, em que muitas empresas fizeram um movimento estratégico para sobreviver”, afirma Campos.
Com 40 pessoas na equipe, o grupo se organiza ainda com uma gestora de recursos e uma estrutura de “family office” para dar aos clientes a prerrogativa de ter o atendimento típico transacional, gestão discricionária ou aconselhamento, independentemente de onde estejam os recursos. Campos estima alcançar os R$ 10 bilhões sob o guarda-chuva da SWM até 2024.
Fonte: Valor Econômico

