Por Valor — São Paulo
08/03/2023 16h20 Atualizado há 17 horas
Um relatório elaborado pelo Citigroup alerta sobre a possibilidade da Rússia começar a bloquear a venda de metais para influenciar os preços do mercado internacional e provocar uma valorização artificial que ajudaria o país a aumentar a arrecadação após diversas sanções ocidentais terem cortado importantes fontes de financiamento do Estado russo.
Segundo o banco, há risco que a Rússia bloqueie as exportações de produtos como alumínio, paládio e combustíveis nucleares, provocando um potencial aumento de preços de commodities críticas.
A Rússia produz cerca de um quarto do paládio do mundo e exporta quase tudo que produz. O metal é usado em catalisadores de veículos. O país também é um dos principais exportadores de alumínio, sendo responsável por cerca de 15% do alumínio comercializado no mundo.
A London Metal Exchange — principal mercado de metais da Europa — informou, em fevereiro, que os metais russos estavam se acumulando nos armazéns, com 41% dos estoques de alumínio primário e 95% dos estoques de cobre sendo de origem russa
Até o momento, nenhum dos metais citados pelo Citigroup foram alvo das sanções ocidentais ou restrições comerciais, porém o banco alerta que qualquer interrupção no fornecimento destes produtos pode provocar efeito cascata nos mercados mundiais.
Moscou não indicou que planeja reduzir as exportações de metais, mas já cortou o fornecimento de energia no exterior, que é uma fonte muito maior de receita para o país.
O alumínio começou a entrar no foco do conflito há duas semanas, quando os EUA impuseram uma tarifa de importação de 200% sobre o alumínio russo, citando a invasão da Ucrânia e preocupações com a segurança nacional. Até agora, nenhum outro país ocidental seguiu o exemplo.
Muitos executivos da indústria acreditam que o Ocidente evitou impor sanções aos metais russos porque eles são essenciais para a fabricação e seriam difíceis de substituir, segundo o “Financial Times”.
Fonte: Valor Econômico

