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RD Saúde (RADL) 2T24: misto; ganho de receita, apesar de margens em queda BB analisa resultado do 2º TRI 2024. Companhia divulgou resultados considerados mistos.
Publicado por: Análise BB 6 minutos Atualizado em 07/08/2024 às 10:45
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Em nossa opinião, o resultado do 2T24 da RD Saúde foi misto. Do lado positivo, podemos citar: (i) o aumento de receita, com destaque para o aumento nas vendas de medicamentos de marca (+16% a/a), (ii) o relevante crescimento registrado pelos canais digitais por mais um trimestre (+43,9% a/a), além (iii) do crescimento de vendas mesmas lojas de 9,2% a/a, superior à inflação de 4,5% registrada no período. O que pesou do lado negativo foram as retrações, no comparativo anual, das margens bruta (-0,7 p.p.), EBITDA (-0,6 p.p.) e líquida (-0,6 p.p.), apesar de terem ficado em patamares ligeiramente superiores às nossas projeções. As margens revelam que a companhia sentiu, principalmente, o menor reajuste da CMED deste ano e o início da cobrança de PIS/COFINS sobre subvenções para investimentos. Importante ressaltar que ambos os fatores são inerentes ao mercado e aos quais todo o setor está sujeito.
Desempenho das Ações e Perspectivas As ações RADL3 ficaram praticamente estáveis em 2024, após terem sofrido com uma volatilidade acentuada desde janeiro, tendo se recuperado especialmente nos meses de julho e agosto. Entendemos que esse movimento reflete, ao nosso ver, uma escolha dos investidores por companhias, dentro do setor de consumo, menos alavancadas, em um cenário de expectativa de manutenção da taxa Selic em 10,5% pelo menos até 2025. Nesse contexto, optamos pela manutenção da recomendação Neutra e nosso preço-alvo em 28,90, até incorporarmos os últimos resultados e revisar nossas projeções.
RADL3 vs. IBOV (Gráfico Base 100)
Desempenho Econômico-financeiro A receita bruta totalizou R$ 10,4 bilhões, crescimento de 15,4% a/a e ligeiramente abaixo das nossas estimativas (-0,7% r/e). O crescimento da receita bruta foi impactado principalmente pelos medicamentos de marca, que tiveram um aumento de 16,6% a/a nas vendas, seguido dos genéricos (+14,0% a/a) e perfumaria (+13,8% a/a). Entretanto, houve pressão advinda de três fatores: (i) o reajuste anual de medicamentos autorizado pela CMED deste ano (+4,5%) ter sido inferior ao estabelecido em 2023 (+5,6%), (ii) o inverno mais quente que afetou as vendas de produtos respiratórios e (iii) a base de comparação mais aquecida devido aos autotestes de COVID-19. No trimestre, o crescimento de vendas mesmas lojas foi de 9,2%, enquanto em lojas maduras foi de 6,7%. Por mais um trimestre, merece destaque o crescimento de 43,9% a/a da receita bruta em canais digitais, também puxada pelo aumento da participação dos aplicativos (de 62% para 73%). Já a margem bruta veio em 28,2%, registrando uma retração de 0,7 p.p. na comparação anual e em linha com as nossas projeções. A margem foi pressionada, especialmente, pelo menor ganho pré-alta do reajuste da CMED, pela cobrança de PIS/COFINS sobre subvenções para investimentos e pelo efeito mix da 4Bio, que cresceu mais que o varejo e cuja margem bruta é inferior. A margem EBITDA ajustada foi de 7,9%, 0,6 p.p. inferior ao do mesmo período do ano anterior e e 0,3 p.p. acima das nossas expectativa. A queda também foi consequência da pressão advinda do reajuste da CMED e pelo início da cobrança de PIS/COFINS, ambos mencionados acima. A companhia apurou R$ 101,5 milhões em imposto de renda no trimestre (1% da receita bruta), o que causou um aumento de 0,2 p.p. na comparação ano contra ano. A alíquota efetiva foi de 22,2% sobre o LAIR, um aumento de 4,2 p.p. a/a. Com isso, a RD Saúde apresentou um lucro líquido de R$ 357,0 milhões ao final do trimestre, equivalente a uma margem líquida de 3,4%, 0,6 p.p. inferior ao mesmo período de 2023 e um pouco acima do que projetávamos (+0,4 p.p. a/a). Quanto à alavancagem financeira, a companhia encerrou o 2T24 com uma relação dívida líquida/EBITDA de 1,3x, ante 1,2x no mesmo período do ano anterior, permanecendo em um patamar saudável de endividamento, em nossa opinião.
Destaques 2T24
Disclaimer Este é um relatório público e foi produzido pelo BB-Banco de Investimento S.A. (“BB-BI”). As informações e opiniões aqui contidas foram consolidadas ou elaboradas com base em informações obtidas de fontes fidedignas e de boa-fé, tendo sido tomadas medidas razoáveis para assegurar sua exatidão no momento de publicação. Contudo, o BB-BI não garante que tais dados sejam totalmente isentos de distorções e não se compromete com a veracidade dessas informações. Todas as opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e derivam do julgamento de nossos analistas de valores mobiliários (“analistas’), podendo ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O BB-BI não garante o lucro e não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas nesse material, que tem por finalidade apenas informar e servir como instrumento que auxilie a tomada de decisão de investimento, não devendo ser interpretado como material promocional, recomendação, oferta ou solicitação de oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao capital investido. A rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Nos termos do art. 22 da Resolução CVM 20/2021, o BB-BI, em conjunto com o Conglomerado Banco do Brasil S.A. (“Grupo”), declaram que (i) podem ser remunerados por serviços prestados ou possuir relações comerciais com a(s) empresa(s) analisada(s) neste relatório ou com pessoa natural ou jurídica, fundo ou universalidade de direitos, que atue representando o mesmo interesse dessa(s) empresa(s); (ii) podem possuir participação acionária direta ou indireta, igual ou superior a 1% do capital social da(s) empresa(s) analisada(s), e poderão adquirir, alienar ou intermediar valores mobiliários da(s) empresa(s) no mercado.
Fonte: BB