Os países árabes finalizam proposta para o pós-guerra na Faixa de Gaza que criaria caminho para estabelecer um Estado Palestino em troca do reconhecimento de Israel pela Arábia Saudita, segundo autoridades árabes. A proposta, apresentada a Israel pelos Estados Unidos, é o primeiro plano conjunto desses países para acabar com o conflito e chegar a uma solução de dois Estados.
A Arábia Saudita, que é um dos cinco países árabes que participaram da elaboração da proposta, ofereceu a normalização da relação com Israel em troca da criação de um Estado Palestino.
A proposta continua sendo finalizada, segundo responsáveis sauditas e egípcios, mas, até agora, foi rejeitada pelo governo de Israel, que é contra a criação de um Estado Palestino. Autoridades dos EUA e de Israel não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
A notícia surgiu em meio a um novo esforço diplomático de autoridades dos EUA e da Europa que buscam acabar com o conflito. O principal conselheiro do presidente Joe Biden para o Oriente Médio, Brett McGurk, chegou nessa segunda-feira (22) à região para discutir a guerra e o destino dos reféns israelenses, Ele deve se reunir com autoridades egípcias no Cairo antes de seguir para o Catar, segundo autoridades do Egito.
Em Bruxelas, o principal diplomata da União Europeia, Josep Borrell, liderou uma reunião entre ministros das Relações Exteriores do bloco e de países árabes e, separadamente, com o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz.
O governo israelense quer que os países do Golfo desempenhem um papel de liderança na reconstrução da Faixa de Gaza. Mas os países árabes condicionam a ajuda à criação de um Estado Palestino, proposta que é amplamente rejeitada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e muitos outros membros do governo.
Pressão das famílias israelenses
O plano árabe segue um caminho separado das negociações sobre a libertação de mais de 130 reféns israelenses ainda detidos pelo Hamas, segundo autoridades árabes. Benjamin Netanyahu disse no domingo (21) que recusou uma proposta do Egito, do Catar e dos EUA para encerrar a guerra em troca dos reféns restantes, alegando que a proposta seria o equivalente a uma rendição.
As famílias dos israelenses que continuam cativas pelo Hamas tentam aumentar a pressão sobre o governo para que aceite um acordo. Nessa segunda-feira, famílias de reféns invadiram o comitê de finanças do Parlamento de Israel para protestar contra a demora do governo em negociar a volta dos reféns.
Fonte: Valor Econômico

