O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,9% no terceiro trimestre de 2024, em relação aos três meses anteriores, na série com ajuste sazonal. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados nesta terça-feira as Contas Nacionais Trimestrais do período.
O resultado veio um pouco acima da mediana das estimativas de 63 consultorias e bancos ouvidos pelo Valor, que apontava para uma alta de 0,8% no período. As projeções iam de alta de 0,5% a 1,9%. No segundo trimestre, o PIB brasileiro cresceu 1,4%.
O desempenho da economia brasileira entre julho e setembro foi marcado por expansão de indústria, serviços, consumo das famílias e do governo, investimentos e importações e queda de agropecuária e exportações.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, o PIB teve expansão de 4%, ante expectativa de crescimento de 3,9%. As projeções iam alta de 0,9% a 4,6%.
Oferta
Pelo lado da oferta, a indústria cresceu 0,5% no terceiro trimestre de 2024, em comparação ao segundo, resultado que veio abaixo da expectativa de alta de 1,3% apurada pelo Valor. Frente ao terceiro trimestre de 2023, a indústria avançou 3,6%. Nessa base de comparação, a previsão era de alta de 4,1%. No PIB, a indústria engloba, além do setor manufatureiro e extrativo, a construção civil e a produção e a distribuição de energia e gás.
O setor de serviços, que engloba comércio, intermediação financeira e serviços públicos, teve expansão de 0,9% do segundo para o terceiro trimestre A estimativa era de aumento de 0,6%. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, houve alta de 4,1% ante previsão de 3,5% de incremento.
Já a agropecuária caiu 0,9% no terceiro trimestre, ante o segundo trimestre, resultado abaixo da projeção, de 0,7% de elevação. Frente a igual período de 2023, a queda foi de 0,8%, contrariando a estimativa, que era de crescimento de 0,8%.
Demanda
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,5% frente ao segundo trimestre, ante expectativa de alta de 1%. Em comparação ao terceiro trimestre de 2023, houve alta de 5,5%, ante projeção de expansão de 4,6%.
A demanda do governo, por sua vez, aumentou 0,8%, frente à expectativa de crescimento de 0,6%. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, subiu 1,3% ante projeção de 2,9% de elevação.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas, construção civil e pesquisa) subiu 2,1%, ante expectativa de 1,3% de avanço. Na comparação com o terceiro trimestre de 2023, o crescimento foi de 10,8%, ante expectativa de 8,6%.
Setor externo
As exportações recuaram 0,6%, enquanto as importações tiveram alta de 1% no terceiro trimestre, perante os três meses anteriores. Consultorias e instituições financeiras esperavam, pela mediana, alta de 0,7% para as exportações e aumento de 1% para as importações.
Taxa de investimento e necessidade de financiamento
A taxa de investimento atingiu 17,6% do PIB no terceiro trimestre de 2024. A necessidade de financiamento da economia brasileira no período foi de R$ 97,4 bilhões, contra R$ 16,9 bilhões registrados em igual período do ano anterior.
Segundo o IBGE, a principal razão para esse quadro foi a redução do saldo externo de bens e serviços, que passou de um saldo positivo de R$ 69 bilhões no terceiro trimestre de 2023 para um saldo negativo de R$ 3,5 bilhões em igual período deste ano.
Fonte: Valor Econômico