Rede especializada no tratamento de câncer recupera número de atendimentos, que havia caído durante a pandemia
Por Beth Koike — De São Paulo
16/08/2022 05h02 Atualizado há 6 horas
Após dois anos de pandemia, período em que houve uma redução de exames preventivos, a rede de hospitais e consultórios especializada no tratamento de câncer Oncoclínicas viu sua receita crescer, no segundo trimestre, devido ao retorno de pacientes não atendidos durante o isolamento, novos casos da doença e aquisições.
A receita líquida da companhia teve aumento de 40,6% para R$ 900 milhões, sendo que 15,5% vieram de crescimento orgânico e o restante, de aquisições. “Tivemos um aumento de 32% no fluxo de novos pacientes”, disse o médico Bruno Ferrari, fundador e presidente da Oncoclínicas. Ele conta que um sinal positivo é que apesar de ainda haver atendimentos represados, que podem incorrer em casos mais graves da doença, há vários registros de pacientes chegando com o câncer no estágio inicial. “Isso significa que muitos já voltaram a realizar seus exames de rotina”, complementou o presidente da companhia, que realizou 414 mil tratamentos nos últimos 12 meses.
A companhia apurou um prejuízo de R$ 24,6 milhões, o que representa uma queda de oito vezes quando comparado há um ano. O lucro líquido ajustado teve redução de 51,5% para R$ 14,4 milhões. A última linha do balanço foi impactada por aumento das despesas financeiras, que aumentaram 98%, para R$ 115,4 milhões, e de tributos, que tiveram alta de 60,6%, para R$ 30,1 milhões. A Oncoclínicas paga uma alíquota superior a 34% porque várias empresas adquiridas ainda não foram integradas. Esse processo deve ser concluído em novembro.
O lucro bruto da companhia cresceu 70%, para R$ 320 milhões. A margem do respectivo indicador avançou 6,1 pontos percentuais para 35,7%. Já a margem do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado não cresceu na mesma proporção, ficando estável em 17,7%.
“Conseguimos crescer mais no lucro bruto do que em Ebitda porque já capturamos as sinergias de custos das aquisições, que é um processo mais rápido. Na linha de despesas gerais e administrativas, o tempo para capturamos as sinergias é de cerca de um ano. Nos últimos 12 meses, fizemos 10 aquisições”, explicou Cristiano Camargo, diretor financeiro, de estratégia e de relações com investidores. A redução na linha de custos decorre, principalmente, dos contratos que a Oncoclínicas tem com a indústria farmacêutica em condições mais vantajosos em relação àqueles das empresas adquiridas.
Fonte: Valor Econômico