Em meio ao otimismo generalizado que se estabelecia no mercado doméstico — ao menos antes do anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Planalto — a correlação entre os retornos dos fundos multimercados, no início de dezembro, avançou ao maior patamar desde 2021.
Segundo um monitoramento da XP, as apostas se concentravam, principalmente, na valorização do real contra o dólar e na queda dos juros nominais.
De acordo com o levantamento, o posicionamento no “kit Brasil” — apostas otimistas em juros nominais e reais, bolsa e real — se manteve em padrões historicamente elevados, em torno de um desvio padrão acima da média histórica. Nesse contexto, a correlação dos retornos dos principais fundos da indústria alcançou, na janela dos últimos 21 dias úteis de negociação, o maior patamar desde 2021.
O posicionamento técnico carregado, inclusive, é um dos motivos citados por agentes de mercado sobre o movimento negativo observado no fim da semana passada.
“Na sexta-feira, a curva de juros foi reajustada para esse novo ambiente. Já sabíamos que o mercado estava posicionado para aplicar juros e, por isso, a ação de estresse nos preços machucou muitos players, tanto estrangeiros quanto locais”, afirma o profissional da tesouraria de um banco.
É de se esperar, portanto, retornos bastante negativos nas cotas dos fundos na última sexta-feira.
Outro apontamento do estudo, assinado pelos estrategistas Victor Scalet e André Buzzini, é o de que os fundos locais também mantinham posições compradas em S&P 500, em ouro e vendidas em petróleo.
Fonte: Valor Econômico