Espera-se agora que as vendas anuais totais cheguem a US$ 60,2 bilhões, acima das previsões anteriores que ascendiam a US$ 59,6 bilhões
Por Nacha Cattan, Bloomberg
26/10/2023 10h30 Atualizado há 3 horas
A MSD, conhecida como Merck nos Estados Unidos e Canadá, aumentou sua previsão de vendas em meio ao aumento da demanda por Keytruda, um medicamento contra o câncer que responde por 40% da receita, e por um polêmico tratamento contra a covid.
Espera-se agora que as vendas anuais totais cheguem a US$ 60,2 bilhões, acima das previsões anteriores que ascendiam a US$ 59,6 bilhões, informou a companhia na quinta-feira, ao divulgar os lucros do terceiro trimestre.
A MSD tem aproveitado a sorte do Keytruda à medida que novos estudos mostram que ele funciona em um número crescente de tipos de câncer. A empresa está aproveitando ao máximo a receita do medicamento, antes de enfrentar a concorrência dos genéricos e as renegociações de preços do governo dos EUA no final desta década.
A MSD não deu metas individuais de produtos, com exceção da pílula contra covid Lagevrio, que prevê gerar cerca de US$ 1,3 bilhão em vendas neste ano. Isso é superior à previsão de US$ 1 bilhão há três meses.
As vendas da Lagevrio aumentaram 47% no terceiro trimestre, para US$ 640 milhões, apesar de alguns especialistas questionarem se ele pode acelerar as mutações da covid. Analistas consultados pela Bloomberg projetavam vendas de US$ 145 milhões, em média.
Já as vendas da Keytruda no período foram de US$ 6,34 bilhões, um salto de 17% em relação ao ano anterior, que superou a estimativa média de US$ 6,23 bilhões.
As vendas trimestrais de outros produtos importantes foram mistas. A Gardasil, uma vacina que protege contra um vírus ligado ao câncer, teve vendas de US$ 2,59 bilhões, enquanto os analistas esperavam US$ 2,61 bilhões. Já as vendas combinadas de Januvia e Janumet, para diabetes, chegaram a US$ 835 milhões, superando as estimativas.
A vacina da MSD para a doença pneumocócica, Vaxneuvance, teve vendas de US$ 214 milhões, bem acima das expectativas de Wall Street, de US$ 167 milhões.
Em preparação para os desafios que a Keytruda tem pela frente, a MSD tem feito parcerias, incluindo um acordo no início deste mês de pagar à Daiichi Sankyo Co. até US$ 22 bilhões pelos direitos de três medicamentos experimentais contra o câncer.
A MSD reduziu sua perspectiva de lucro ajustado para 2023 devido aos custos iniciais relacionados a esse negócio de cerca de US$ 5,5 bilhões, ou US$ 1,70 por ação.
As ações caíram 6,6% este ano até o fechamento de quarta-feira.
A MSD está tomando outras medidas para desenvolver novos produtos. Em junho, concluiu a aquisição da Prometheus Biosciences Inc., desenvolvedora de medicamentos para doenças autoimunes, superando rivais como AbbVie Inc. e Bristol Myers Squibb Co. pelo ativo. Também está trabalhando em formulações da Keytruda que sejam mais fáceis de administrar.
Fonte: Valor Econômico