Por Olívia Bulla, Com Dow Jones Newswires, Valor — São Paulo
23/05/2022 08h50 Atualizado há uma hora
O Banco Central Europeu (BCE) deve retirar a taxa de depósito do terreno negativo até o final de setembro e aumentá-la ainda mais a partir daí, sinalizou hoje a presidente do BCE, Christine Lagarde. “Com base na perspectiva atual, provavelmente estaremos em posição de sair das taxas de juros negativas até o fim do terceiro trimestre”, disse Lagarde em um post publicado no site do BCE. A taxa de depósito do BCE atualmente está em -0,5%.
A presidente do BCE sinalizou ainda uma continuidade no processo de normalização monetária, com as taxas referenciais de juros na zona do euro caminhando em direção ao nível neutro para garantir a inflação na meta. “Se virmos a estabilização da inflação em 2% no médio prazo, uma normalização progressiva das taxas de juros em direção à taxa neutra será apropriada”, acrescentou.
Contudo, ela ressaltou que o ritmo e o tamanho do ajuste total, em direção à taxa terminal, ainda não estão determinados. “A flexibilidade ajudará a garantir a transmissão suave e uniforme da política monetária em toda a zona do euro à medida que a normalização avança”, afirma.
Lagarde também abriu a possibilidade de aumentar ainda mais as taxas referenciais de juros, caso a economia da zona do euro mostre sinais de superaquecimento. “Se a economia da área do euro estivesse superaquecendo como resultado de um choque de demanda positivo, faria sentido que as taxas de juros fossem aumentadas sequencialmente acima da taxa neutra”, observou.
Além disso, Lagarde ressaltou que ainda é “prematuro” discutir como as políticas do balanço do BCE, em particular o reinvestimento de ativos adquiridos no âmbito dos programas de recompra (PEPP e APP, nas siglas em inglês), irão interagir com o processo de normalização das taxas de juro. “Por enquanto, a política sobre as taxas de juros atuará como a ferramenta marginal para ajustar a orientação da política monetária”, disse.
Ela acrescentou que quaisquer decisões futuras sobre o balanço patrimonial terão de ser consistentes tanto com a evolução das perspectivas de inflação no médio prazo quanto com a promessa de garantir a transmissão das políticas monetárias, de modo a mitigar os riscos.
Fonte: Valor Econômico
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