O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) – considerado a prévia da inflação oficial no país – subiu 0,48% em setembro, após recuo de 0,14% em agosto, informou nessta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro de 2024, o IPCA-15 tinha subido 0,13%.

A taxa é a maior para um mês de setembro desde 2021, quando foi de 1,14%.
O resultado ficou abaixo da mediana das 27 projeções de analistas de consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data, que estimavam alta de 0,52% em setembro. O intervalo das estimativas ia de elevação de 0,40% a 0,60%.
Com o dado de setembro, o IPCA-15 acumula aumento de 5,32% em 12 meses. Até agosto, o resultado em 12 meses era de 4,95%. Já o acumulado do IPCA-15 em 2025, até setembro, foi de 3,76%.
O resultado em 12 meses ficou abaixo da mediana das 27 estimativas coletadas pelo Valor Data, que era de 5,37%, com intervalo entre 5,25% e 5,44%. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC) para 2024 é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.

Das nove classes de despesas usadas para cálculo do IPCA-15, habitação mudou de rumo entre agosto e setembro (de -1,13% para 3,31%) – principal pressão no IPCA-15 do mês – e vestuário (de 0,17% para 0,97%).
Foram observadas taxas menores em saúde e cuidados pessoais (de 0,64% para 0,36%); despesas pessoais (de 1,09% para 0,20%); educação (de 0,78% para 0,03%). Artigos de residência foram para o campo negativo (de 0,03% para -0,16%).
Outros três grupos em que houve queda de preços foram alimentação e bebidas (de -0,53% para -0,35%); comunicação (de -0,17% para -0,08%); e transportes (de -0,47% para -0,25%).
A inflação se espalhou menos pelos itens que compõem o IPCA-15 em setembro. O Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e serviços que tiveram aumento de preços num período, caiu de 57,2% em agosto para 53,1% em setembro, segundo cálculos do Valor Data considerando todos os itens da cesta.
Sem alimentos, um dos grupos considerados mais voláteis, o indicador também recuou, de 64,9% em agosto para 56,1% em setembro.
O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, calculado com base em uma cesta de consumo típica das famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos. O indicador abrange nove regiões metropolitanas (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba), além das cidades de Brasília e Goiânia. A diferença em relação ao IPCA está no período de coleta e na abrangência geográfica.

Fonte: Valor Econômico

