8 Nov 2022 DANIELA AMORIM
A inadimplência alcançou novo recorde em outubro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A proporção de famílias com contas em atraso passou de 30%, em setembro, para 30,3% no mês passado – no quarto mês seguido de avanço. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
Em um ano, a fatia de inadimplentes cresceu 4,7 pontos porcentuais, maior avanço nesse tipo de comparação anual desde março de 2016. Em outubro de 2021, a proporção de famílias com contas em atraso era de 25,6%.
Já o endividamento registrou queda de 0,1 ponto porcentual, passando de 79,3% para 79,2% em outubro, interrompendo uma sequência de três meses de altas. A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestação de carro e de casa.
Há um ano, a proporção de endividados era de 74,6%, ou seja, houve um aumento de 4,6 pontos porcentuais no período.
Segundo a CNC, a melhora no mercado de trabalho, a desaceleração da inflação e as políticas de transferência de renda explicam o leve arrefecimento do endividamento. Por outro lado, o endividamento ainda em patamar elevado e os juros altos dificultam o pagamento das contas e pioram o quadro de inadimplência.
A economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC, pondera que a proporção de famílias com dívidas atrasadas há mais de 90 dias tem diminuído desde abril, totalizando 41,9% dos inadimplentes nessa situação em outubro, a menor proporção desde dezembro de 2021. “Os consumidores têm buscado renegociar as dívidas sem pagamento há mais tempo.”
Fonte: O Estado de S. Paulo

