Índice acumula baixa de 4,46% no ano, segundo a FGV
Por Valor — São Paulo
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 1,93% em junho, após declínio de 1,84% no mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getuluo Vargas (FGV-Ibre). Com este resultado, o índice acumula baixa de 4,46% no ano e recuo de 6,86% em 12 meses. Em junho de 2022, o índice havia subido 0,59% e acumulava alta de 10,70% em 12 meses.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV-Ibre, a nova deflação foi impulsionada pela queda dos preços dos combustíveis na refinaria. O preço do diesel encolheu 13,82%, enquanto o preço da gasolina caiu 11,69%.
“Afora tal contribuição, os preços de importantes commodities agropecuárias seguem em queda, como: milho (-14,85%) e bovinos (-6,55%). No âmbito do consumidor, índice que registrou queda de 0,25%, as principais contribuições partiram dos preços da gasolina (-3%) e dos automóveis novos (-3,76%). Na construção civil, o índice avançou 0,85% dada a influência dos preços da mão de obra, que registrou alta de 1,81%. Já a variação de materiais, equipamentos e serviços registrou queda de 0,09%”, destacou.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) cedeu 2,73% em junho, ante queda de 2,72% em maio. Na análise por estágios de processamento, Bens Finais diminuíram 1,22% em junho, após decréscimo de 0,16%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de baixa de 1,27% para recuo de 10,56%.
A taxa do grupo Bens Intermediários foi de queda de 1,49% em maio para redução de 2,88% em junho. O principal responsável por este movimento, conforme destaca o FGV-Ibre, foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção (-6,09% para -11,44%).
O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 4,10% em junho, após registrar baixa de 6,48% em maio. Contribuíram para a suavização da queda do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-13,26% para -2,21%), soja em grão (-9,40% para -4,32%) e milho em grão (-15,64% para -14,85%). Em sentido oposto, destacam-se os seguintes itens: leite in natura (3,92% para -4,51%), bovinos (-3,34% para -6,55%) e café em grão (-1,81% para -5,49%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 0,25% em junho. Em maio, o índice tinha avançado 0,48%. Das oito classes de despesa componentes do índice, a maior contribuição partiu do grupo Transportes (0,50% para -1,68%). Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item gasolina, cujo preço cedeu 3%, ante declínio de 0,09% na edição anterior.
De acordo com o FGV-Ibre, também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos: Alimentação (0,79% para -0,33%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,22% para 0,41%), Habitação (0,75% para 0,41%), Comunicação (0,91% para 0,14%), Despesas Diversas (0,75% para 0,32%) e Vestuário (0,58% para 0,42%). Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: hortaliças e legumes (6,32% para -1,56%), medicamentos em geral (2,01% para 0,40%), gás de bujão (1,61% para -2,71%), tarifa de telefone móvel (2,59% para 0,20%), jogo lotérico (8,66% para 3,30%) e roupas (0,65% para 0,39%).
Em contrapartida, apenas o grupo Educação, Leitura e Recreação (-2,32% para -0,55%) caiu menos. Esta classe de despesa foi influenciada pelo item passagem aérea (-13,29% para -3,87%).
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,85% em junho, ante 0,40% em maio. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem do quinto para o sexto mês de 2023: Materiais e Equipamentos (-0,06% para -0,15%), Serviços (0,64% para 0,18%) e Mão de Obra (0,75% para 1,81%), destaca o FGV-Ibre.
Fonte: Valor Econômico