O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou queda de 0,03% em outubro, depois de ter subido 0,36% em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
A variação ficou acima da mediana das estimativas de consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo VALOR DATA, de queda de 0,26%, e fora do intervalo das projeções entre -0,48% a -0,10%.
Com esse resultado, o índice de inflação acumula alta de 0,73% em 12 meses, desempenho que ficou acima da mediana de 0,51% das estimativas colhidas pelo VALOR DATA. Ficou também acima do intervalo das projeções, que ia de 0,28% a 0,66%.
No ano, o indicador cai 1,31%. Em outubro de 2024, o IGP-DI havia registrado alta de 1,54% e acumulava alta de 5,91% em 12 meses.
“A queda do IGP-DI em outubro pode ser atribuída a diversos fatores. No IPA [preços no atacado], destacou-se a queda generalizada de produtos agropecuários com peso significativo na estrutura do índice, como café em grão, trigo em grão, soja em grão e leite in natura, que exerceram pressão deflacionária. Quanto aos preços ao consumidor, passagens aéreas e tarifas de energia elétrica foram os principais responsáveis pela desaceleração, contribuindo conjuntamente com -0,18 ponto percentual para o resultado do IPC. Em contrapartida, INCC [custo da construção] registrou trajetória de aceleração, impulsionado principalmente pela alta no grupo de Mão de obra. Além disso, materiais essenciais como cimento Portland e condutores elétricos apresentaram elevações de preços que pressionaram os custos da construção civil”, avaliou o economista do FGV Ibre Matheus Dias.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,13% em outubro, ante alta de 0,30% em setembro. Entre os estágios de processamento, o grupo de Bens Finais avançou 0,25%, de 0,22% no mês anterior. O índice de Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, desacelerou de 0,25% em setembro para 0,17% em outubro. Já o grupo de Bens Intermediários registrou alta de 0,16% em outubro, após cair 0,36% no mês anterior. O índice de Bens Intermediários (ex), que exclui o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, subiu 0,18%, após registrar queda de 0,17%, em setembro. Por fim, o estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou queda de 0,58% em outubro, após subir 0,80% no mês anterior.
Em outubro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou taxa de 0,14% apresentando desaceleração em relação ao mês anterior, quando subiu 0,65%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, dois apresentaram recuo nas suas taxas de variação: Habitação (2,13% para -0,23%) e Educação, Leitura e Recreação (2,00% para -0,43%). Em contrapartida, os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (-0,06% para 0,58%), Alimentação (-0,18% para 0,08%), Vestuário (-0,17% para 0,66%), Despesas Diversas (-0,13% para 0,50%), Comunicação (0,07% para 0,14%) e Transportes (0,30% para 0,33%) apresentaram avanço em suas taxas de variação.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) aumentou 0,30%, acima da taxa de 0,17% registrada em setembro. Dentre os três grupos constituintes do INCC, Materiais e Equipamentos acelerou de 0,18% para 0,39%; Serviços passou de 0,16% para -0,10%; e Mão de Obra avançou de 0,16% para 0,23%.
O Núcleo do IPC subiu 0,31% em outubro, acelerando em relação a setembro, quando havia registrado taxa de 0,24%. Dos 85 itens que compõem o índice, 46 foram desconsiderados no cálculo do núcleo: 27 apresentaram variações inferiores a 0,09%, limite inferior da banda de corte, e 19 registraram taxas acima de 0,60%, limite superior.
O Índice de Difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 56,77%, 2,58 pontos percentuais acima do resultado de setembro, quando foi de 54,19%.
Fonte: Valor Econômico

