LONDRES, 22 de abril (Reuters) – Os hedge funds estão fugindo das ações de empresas que fornecem itens e serviços discricionários — ou seja, aqueles que os consumidores desejam, mas não precisam — em um sinal de que antecipam uma desaceleração econômica, revelou uma nota da corretora principal do Goldman Sachs (GS.N).
Os hedge funds liquidaram posições compradas na semana passada no setor de consumo discricionário, que se tornou o setor mais vendido em termos líquidos neste ano, segundo a nota enviada a clientes, vista pela Reuters na terça-feira e publicada na sexta-feira. Uma posição vendida aposta na queda do valor de um ativo.
“O fato de os hedge funds estarem se desfazendo de ações do setor de consumo discricionário sugere fortemente que eles estão se preparando para problemas econômicos, provavelmente uma recessão”, disse Bruno Schneller, diretor-gerente da Erlen Capital Management.
A incerteza sobre tarifas nos EUA abalou os mercados globais e aumentou os temores de uma recessão econômica.
Analistas do Morgan Stanley, neste mês, pararam pouco antes de declarar uma recessão, mas disseram que a diferença entre uma “perspectiva de crescimento lento e uma retração econômica diminuiu”, conforme noticiado pela Reuters.
Economistas definem tecnicamente uma recessão como dois trimestres consecutivos de queda do PIB.
Schneller, da Erlen Capital, afirmou que os hedge funds também monitoram outros indicadores, como a volatilidade do mercado de títulos e a confiança do consumidor.
Uma queda na confiança do consumidor pode desencorajar os gastos, prejudicando o crescimento econômico. O índice de confiança do consumidor da Conference Board dos EUA atingiu o menor nível em quatro anos em março.
“As vendas agressivas dos hedge funds, especialmente em fevereiro e março de 2025, estão alinhadas com uma perspectiva econômica em deterioração e efeitos negativos sobre o patrimônio afetando consumidores de alta renda”, disse Schneller.
Ele acrescentou que essas vendas indicam que os hedge funds podem estar migrando para ativos defensivos, como bens de consumo essenciais ou empresas de serviços públicos, e se afastando de ações que prosperam em períodos de crescimento.
“As perturbações no mercado de títulos impulsionadas por tarifas e o aumento dos spreads dos títulos de alto risco (junk bonds), os piores desde 2008, ampliam os temores de uma desaceleração econômica liderada pelo consumidor até o final de 2025”, afirmou.
As vendas dos hedge funds se concentraram na América do Norte e na Europa, sendo mais severas nos setores de varejo e varejo especializado, hotéis, restaurantes e empresas de lazer, automóveis e têxteis, conforme mostrou a nota do Goldman Sachs.
Fonte: Reuters
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