Por Maria Fernanda Salinet, Valor — São Paulo
01/03/2024 13h38 Atualizado há 11 minutos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou hoje que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, que registrou crescimento de 2,9%, veio acima do esperado. “Mesmo que o governo fosse mais otimista que o mercado, o governo ter saído com projeção na casa de 2% foi surpreendente”, disse. O ministro acredita que o crescimento neste ano deve ficar em torno de 2,2%.
O ministro pontuou que o PIB do ano passado não desacelerou, como era estimado e ainda ficou próximo a 3%. “Isso passa confiança na economia brasileira”, afirmou a jornalistas. Já no quarto trimestre, o PIB ficou estável em relação ao terceiro.
O que também chamou atenção do ministro foi a ligeira melhora no quarto trimestre da formação bruta de capital. Apesar do setor ter registrado queda de 3% no ano, ele pontua que “precisamos de investimentos para fazer a economia rodar”.
Ele acredita que há espaço para a economia brasileira crescer este ano, e que a política monetária vai ajudar. “Estamos começando o ano com juros muito acima do que gostaríamos, mas 2,5 pp abaixo do começo do ano passado”, disse. “Olhando essas variáveis, temos bom espaço para crescer neste ano, se o Congresso ouvir a Fazenda, e continuarmos corrigindo as contas públicas que estavam desorganizadas”.
O crescimento previsto pela pasta é mais estrutural e não conjuntural, de acordo com Haddad, especialmente pelos esforços domésticos para arrumar a casa e os “bons ventos que devem começar a soprar na política monetária lá fora”, ao se referir no corte de juros que o Banco Central americano deve iniciar na metade do ano.
Investimentos no ano
Haddad afirmou que apesar da melhora marginal no quarto trimestre do ano, a Formação Bruta de Capital Fixo, medida que computa os investimentos no PIB — foi a variável que menos acompanhou a evolução do PIB no ano, com recuo de 3%. Destacou, no entanto, que o governo quer criar um ambiente de negócios para que o empresário invista fortemente.
“Com investimentos você cresce sem risco inflacionário, porque ao mesmo tempo que você está aumentando a demanda, está logo ali na frente aumentando a oferta. Essa é a forma mais saudável de crescer”, declarou o ministro.
Ao olhar para mercado de trabalho e em todos os indicadores, o ministro enxerga grandes possibilidades de crescimento. “Organizando as contas públicas e a política monetária atuando a mesma direção, nós temos condição de crescer 2,2% neste ano”, disse.
Em relação à indústria, a pasta projeta melhora impulsionada também por investimentos. “Será um bom ano para a indústria. Acredito muito na construção civil, o Marco Legal das Garantias é o que pode alavancar muito a indústria e construção civil, como a venda de automóveis.”
Haddad aposta que os desafios climáticos podem ajudar o agronegócio a se desenvolver e acredita que o investimento em questões ambientais pode ajudar o setor a ganhar mercado externo.
Fonte: Valor Econômico

