O Gabinete de Segurança de Israel aprovou a proposta de cessar-fogo no conflito com o Hezbollah, segundo o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A pausa nos combates, concentrados principalmente no sul do Líbano, começará a partir desta quarta-feira (27). Segundo o documento, Israel terá 60 dias para retirar todas as suas tropas do território libanês.
Em um anúncio feito na televisão israelense, Netanyahu disse também que está determinado a garantir o retorno de todos os cidadãos do norte do país a suas casas e garantir a volta dos reféns sob posse do Hamas. Desde o início do conflito na Faixa de Gaza, o norte de Israel é alvo de ataques diários do Hezbollah em solidariedade ao povo palestino, o que provocou o deslocamento de mais de 60 israelenses da região. Em resposta, Israel iniciou uma invasão terrestre ao sul do Líbano, território dominado pelo Hezbollah.
Um dos termos firmados no cessar-fogo é que Israel terá que se retirar completamente do território libanês, enquanto o governo do país terá que ocupar uma faixa de 30 quilômetros entre a fronteira israelense e o Rio Litani como forma de evitar que o Hezbollah se reagrupe na região.
O premiê israelense disse no comunicado que o país “responderá com força a qualquer violação” pelo Hezbollah.
Netanyahu disse no discurso que há três razões para aceitar o cessar-fogo agora. A primeira é mudar o foco do país para enfrentar a ameaça do Irã, que financia Hezbollah e Irã.
O segundo motivo, segundo ele, é permitir que as tropas descansem e reabasteçam os estoques de armas. “Houve atrasos, grandes atrasos, no envio de armas. E esse atraso em breve será resolvido”, disse o premiê, indicando que a volta de Donald Trump à Casa Branca pode ajudar na liberação de armas que foram vetadas pelo atual governo americano.
O terceiro motivo, será desvincular as frentes de batalha do norte e do sul do país e isolar o Hamas. “Com o Hezbollah fora de cena, o Hamas ficará sozinho na campanha. Nossa pressão aumentará”, disse o premiê.
Em coletiva de imprensa, o presidente americano Joe Biden afirmou que EUA e França irão oferecer assistência para a implementação do acordo e disse que o objetivo do movimento é “cessar de maneira as hostilidades no Líbano”.
O presidente americano exaltou que o acordo garantirá o retorno gradual de mais de 60 mil israelenses deslocados no norte de Israel, região que é alvo de ataques diários do Hezbollah desde o ataque terrorista do Hamas no dia 7 de outubro, e garantirá a segurança dos civis libaneses no sul do país, que era dominado pelo Hezbollah.
Biden disse ainda que seu governo continuará os esforços para garantir a paz no Oriente Médio e que nos próximos dias voltará a conversar com aliados locais para firmar um cessar-fogo com o Hamas, no conflito que ocorre na Faixa de Gaza.
O acordo que encerra de maneira temporária o conflito que já dura 14 meses, foi conduzido pelos Estados Unidos, que vem atuando para diminuir as tensões na região.
O anúncio acontece em um dia em que Israel realizou grande ataque aéreo contra a capital do Líbano, Beirute, atacando um edifício residencial no centro da cidade, enquanto emitiu novas ordens de evacuação para 20 edifícios nos subúrbios do sul da capital libanesa. O ataque destruiu o edifício no bairro de Basta, no centro de Beirute, no segundo ataque dos últimos dias na área. Até o momento, não foram relatadas vítimas.
Fonte: Valor Econômico

