Por Jéssica Sant’Ana e Guilherme Pimenta, Valor — Brasília
21/11/2023 14h07 Atualizado há 19 horas
O Ministério da Fazenda revisou de 3,2% para 3% a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. A nova projeção foi divulgada nesta terça-feira pela Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta. Para 2024, a projeção, sempre de crescimento, foi revisada de 2,3% para 2,2%.
Mais cedo, o Valor adiantou que o governo revisaria marginalmente para baixo as suas projeções o PIB deste e do próximo ano.
No Boletim Macrofiscal, a SPE explica que a menor previsão de expansão do PIB para o ano repercute a revisão na expectativa de crescimento para o terceiro trimestre, de 0,1% no boletim anterior para 0,0%, além de projeções menos otimistas para o setor de serviços até o restante do ano.
“Apesar dessas alterações, a perspectiva ainda é de aceleração no ritmo da atividade no 4º trimestre, motivada pelo crescimento de alguns subsetores menos sensíveis ao ciclo e pela resiliência do consumo das famílias, em função do aumento da massa de renda real do trabalho e das melhores condições no mercado de crédito”, diz a secretaria.
Em relação à revisão de 2024, a SPE afirma que a mudança repercute o aumento das incertezas no ambiente externo, tanto do ponto de vista da política monetária dos países centrais, quanto da possibilidade de agravamento nos conflitos geopolíticos globais. “Em contrapartida, as atividades menos influenciadas pelo setor externo devem se beneficiar com a política monetária menos contracionista, com as melhores condições de crédito e com o crescimento da massa de rendimento real.”
“Nesse sentido, a composição do crescimento brasileiro no próximo ano deverá ser bastante distinta da verificada em 2023, com maior contribuição da absorção doméstica”, argumenta a secretaria.
IPCA
O Ministério da Fazenda revisou para 4,66% sua estimativa para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2023. A previsão anterior, de setembro, era 4,85%. Para o ano que vem, a estimativa ficou em 3,55% (projeção de 3,40% em setembro).
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deve ficar em 4,04% neste ano (4,36% previsto em setembro). Para 2024, a projeção é 3,25% (3,21% em setembro).
Por sua vez, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getulio Vargas (FGV), deve fechar o ano em queda de 3,30%, contra deflação de 3 estimada anteriormente. Para 2024, a projeção se manteve em 4%.
No Boletim Macrofiscal, a SPE afirma que o processo de desinflação ocorreu “mais rápido do que o inicialmente projetado, principalmente para os componentes subjacentes, levando a inflação para dentro do intervalo proposto pelo regime de metas já em 2023”.
Para 2024, a estimativa para inflação medida pelo IPCA avançou em 0,15 ponto percentual motivada pelo reajuste de ICMS anunciado pelos Estados, além de mudanças pontuais no cenário projetado para o câmbio e para os preços de commodities, diz a secretaria. “Nessa previsão, já estão compatibilizados os efeitos do El Niño nos preços de alimentação, energia e etanol”, completa a SPE.
Fonte: Valor Econômico

