As novas restrições podem ser anunciadas já na próxima semana, disseram fontes, destacando que o cronograma e os detalhes das regras mudaram diversas vezes e que nada está decidido até a publicação oficial. As medidas vêm após meses de deliberações entre autoridades dos EUA, negociações com aliados no Japão e na Holanda e forte lobby de fabricantes americanos de equipamentos para chips, que alertaram que restrições mais rígidas trariam danos catastróficos aos seus negócios.
De acordo com as fontes, a proposta mais recente possui diferenças importantes em relação aos rascunhos anteriores. A principal mudança é quais empresas chinesas seriam incluídas na lista de restrições comerciais dos EUA. Antes, o governo americano considerava sancionar seis fornecedores da Huawei Technologies Co. — a gigante de telecomunicações que está no centro da indústria tecnológica da China — além de pelo menos mais meia dúzia de empresas, afirmaram as fontes. No entanto, o plano atual é adicionar apenas alguns desses fornecedores à lista de entidades, com a notável exclusão da ChangXin Memory Technologies Inc., que está tentando desenvolver tecnologia de chips de memória para inteligência artificial.
Porta-vozes do Departamento de Comércio e do Conselho de Segurança Nacional se recusaram a comentar.
Reação do mercado de ações no Japão
As ações de empresas japonesas de chips dispararam com a notícia. A Tokyo Electron Ltd. subiu até 10%, revertendo perdas iniciais. Screen Holdings Co. também teve alta de 10%, enquanto a Kokusai Electric Corp. saltou 23%.
As regras em consideração também sancionariam duas fábricas de chips pertencentes à Semiconductor Manufacturing International Corp., parceira da Huawei na fabricação de semicondutores, disseram as fontes. Mais de 100 inclusões adicionais na lista de entidades focariam em empresas chinesas que fabricam equipamentos de produção de semicondutores, em vez de instalações que produzem os próprios chips. A Wired informou anteriormente que as novas regras de controle de exportação dos EUA podem ser divulgadas já na próxima segunda-feira.
Isso representa uma vitória parcial para os fabricantes americanos de equipamentos para chips — Lam Research Corp., Applied Materials Inc. e KLA Corp. — que há meses se opõem às restrições unilaterais dos EUA a empresas chinesas, incluindo os seis fornecedores da Huawei. Essas empresas argumentaram que tais sanções as colocariam em desvantagem competitiva em relação a rivais estrangeiras, como a japonesa Tokyo Electron e a holandesa ASML Holding NV, cujos governos ainda não aderiram às restrições mais rigorosas às vendas para a China. Japão e Holanda impuseram algumas restrições para se alinhar parcialmente às medidas dos EUA de 2022, mas ambos resistiram à pressão americana para controles mais rígidos.
EUA endurecem negociações com aliados
Neste verão, autoridades americanas tentaram uma tática mais agressiva nas negociações com aliados, ameaçando diretamente limitar as vendas de empresas estrangeiras para a China. Essa abordagem foi vista como um excesso por Japão e Holanda. Os EUA esperavam que a ameaça de aplicar a chamada “regra de produto direto estrangeiro” (FDPR, na sigla em inglês) incentivasse os aliados a impor suas próprias restrições, mas Tóquio e Haia demonstraram pouco interesse em alinhar-se ao governo Biden antes da possível volta de Donald Trump ao poder.
As novas regras dos EUA, que incluem restrições adicionais a algumas categorias de ferramentas, ainda isentariam aliados como Japão e Holanda das provisões da FDPR, segundo fontes. Não está claro se esses países eventualmente imporão mais restrições às empresas chinesas que os EUA planejam sancionar.
A versão mais recente dos controles americanos também incluiria disposições relacionadas a chips de memória de alta largura de banda, que são essenciais para inteligência artificial e manipulação de dados. Samsung Electronics Co., SK Hynix Inc. e a fabricante americana Micron Technology Inc. devem ser impactadas pelas novas medidas, afirmaram as fontes.
Fonte: Bloomberg
Traduzido via ChatGPT

