Quase metade do setor industrial do país tem projetos ou planos de ação que usam a inovação, seja tecnológica ou não, para reduzir o impacto ambiental, mostra levantamento da CNI
Por Tatiana Schnoor — De São Paulo
25/09/2023 05h01 Atualizado há 5 horas
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2023/L/G/ffMCOLTFSlPrA7V0HlaA/foto25bra-301-cni-a2.jpg)
Quase metade do setor industrial do país tem projetos ou planos de ação que usam a inovação, seja tecnológica ou não, para reduzir o impacto ambiental. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 47% das indústrias brasileiras estão direcionando seus esforços para tornar a ecoinovação uma realidade.
Do total, 30% das empresas têm trabalhos em execução e outras 17% estão com projetos aprovados para serem iniciados, de acordo com dados da sondagem feita com 2.236 empresas industriais no início deste ano. “Há sinais de que o processo está se ampliando”, diz Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.
As indústrias que lideram os investimentos e têm obtido resultados com a ecoinovação são as de grande porte, limita-se a um grupo de pouco mais de 500 empresas que integram a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), formação sob coordenação da CNI.
Nesse universo, 78% das empresas têm planos de ação ou projetos de ecoinovação em andamento; outros 7% têm projetos aprovados, mas não iniciados; 9% estão em fase de estudos e 5% não realizam nenhuma ação na área. As empresas de médio porte mapeadas ainda estão em fase inicial de investimentos e inovação verde e as pequenas ainda precisam embarcar nessa jornada, destaca Andrade.
Um dos fatores limitantes para estruturar a ecoinovação na indústria no país é a falta de trabalhadores qualificados, mostra o levantamento. Entre as competências necessárias estão: conhecimento em técnicas sustentáveis, apontada por 66% dos entrevistados; conhecimento da legislação ambiental (45%) e falta de competência para gerir e desenvolver projetos em ecoinovação (38%).
Temos um longo caminho para se tornar de fato um país inovador”
— Gianna Sagazio
Entre as estratégias adotadas pelas companhias para suprir a deficiência de mão de obra e seguir com planos e projetos sobre o tema estão treinamento de funcionários, para 76%; participação em redes colaborativas (31%) e terceirização de projetos, para 24% das empresas entrevistadas.
“Temos um longo caminho a percorrer para se tornar de fato um país inovador. Se não fizermos isso, talvez, o que vai acontecer é que vamos perder posições como economia global, diz Gianna Sagazio, diretora de Inovação da CNI.
Sagazio lembra que existe uma correlação entre a capacidade de inovação e a geração de riqueza do país. Atualmente, o Brasil ocupa a 54ª posição no Global Innovation Index, de acordo com a 15ª edição/2022, que mapeia o nível de inovação entre 132 países no mundo. “Já chegamos a estar na 47ª posição quando o país era a sétima economia do mundo, por volta de 2011”, destaca Sagazio.
Fonte: Valor Econômico