1 Sep 2022 THAÍS BARCELLOS CÉLIA FROUFE
A dívida pública brasileira continuou em queda em julho. Dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) mostram que a dívida bruta do governo geral fechou o mês aos R$ 7,217 trilhões, ou seja, 77,6% do Produto Interno Bruto (PIB) – o menor porcentual desde o início da pandemia. Em março de 2020, a taxa em relação ao PIB era de 77,0%.
O porcentual em junho era de 78,0% e, em maio, de 78,2%. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.
A dívida bruta do governo geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e os municipais, excluindo o BC e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote.
O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) passou de 57,8 % para 57,3% do PIB entre junho e julho. Em maio, era de 58,8%. A DLSP atingiu R$ 5,331 trilhões. A dívida líquida apresenta valores menores do que os da dívida bruta porque leva em conta as reservas internacionais.
CONTAS NO AZUL. O setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, à exceção da Petrobras) apresentou superávit primário de R$ 20,440 bilhões em julho, ainda segundo o BC. Foi o melhor resultado para o mês da série histórica, iniciada em dezembro de 2001. Em junho, havia sido registrado superávit de 14,395 bilhões e, no sétimo mês de 2021, o saldo negativo foi de R$ 10,283 bilhões. O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.
Com a atualização das Estatísticas Fiscais de junho e julho, o BC coloca em dia essa publicação, que estava defasada havia meses devido à greve dos servidores do órgão, finalizada no início do mês passado.
O superávit primário consolidado de julho ficou dentro das estimativas de analistas ouvidos pelo Estadão/broadcast, que iam de resultado superavitário de R$ 12 bilhões a R$ 30,4 bilhões. A mediana era positiva em R$ 22,2 bilhões.
O resultado fiscal de julho foi composto por um superávit de R$ 19,961 bilhões do governo central (Tesouro Nacional, BC e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado positivamente com R$ 1,760 bilhão no mês. O superávit dos Estados foi de R$ 1,427 bilhão; e o dos municípios, R$ 334 milhões. As estatais tiveram déficit primário de R$ 1,280 bilhão. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

