A maioria das maiores economias da zona do euro expandiu no terceiro trimestre — e até mesmo a Alemanha conseguiu evitar a recessão que muitos analistas previam. O crescimento acelerou na França e se manteve estável na Espanha, superando as expectativas. A Alemanha surpreendeu com um aumento de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB), pegando analistas de surpresa, embora o valor dos três meses anteriores tenha sido revisado significativamente para baixo.
A Itália foi o ponto fraco, com a produção ficando inesperadamente estável.

No que diz respeito à inflação, dados separados da Espanha mostraram uma ligeira aceleração dos preços ao consumidor para 1,8%, ainda dentro da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE).
Os dados divulgados na quarta-feira podem aliviar algumas preocupações sobre a economia europeia, que ficaram evidentes na semana passada durante as reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington. Alguns formuladores de políticas do BCE argumentaram que a perspectiva econômica pior poderia exigir cortes mais acentuados nas taxas de juros, enquanto outros sugeriram cautela.
O euro subiu e os títulos alemães apagaram ganhos. Os traders reduziram as apostas em cortes nas taxas do BCE, precificando uma chance de cerca de 25% de um corte de meio ponto em dezembro. No início deste mês, a probabilidade implícita era de 50%, de acordo com os preços dos swaps.
A moeda comum foi negociada com alta de 0,3%, a US$ 1,0859. O rendimento dos títulos alemães de 10 anos ficou estável em 2,34%.
As maiores preocupações estão centradas na Alemanha, cujo setor manufatureiro enfrenta perda de competitividade que os executivos atribuem aos altos custos de energia, regulamentação excessiva e escassez de trabalhadores qualificados. A incerteza levou os consumidores a aumentarem suas economias em vez de gastar os aumentos salariais recebidos nos últimos meses.
Países com maior foco em serviços têm se saído melhor recentemente. Em outubro, a produção do setor privado aumentou até em ritmo mais acelerado fora da França e da Alemanha, segundo pesquisas da S&P Global.
Os Jogos Olímpicos permitiram temporariamente que a França ocultasse a fraqueza subjacente que afeta as finanças do país. Assim como na Espanha, o consumo das famílias e os gastos públicos foram os principais motores do crescimento.
Enquanto isso, a crise da Alemanha está tendo um impacto crescente no mercado de trabalho, que até então se mantinha resiliente. O desemprego aumentou em 27 mil pessoas em outubro, enquanto os economistas esperavam um aumento de apenas 15 mil. A taxa de desemprego permaneceu em 6,1%.
A Áustria registrou uma expansão de 0,3%, a maior em dois anos, ajudada pela recuperação do consumo, enquanto o crescimento do PIB da Lituânia acelerou.
A melhora econômica da França traz algum alívio para o governo, que enfrenta déficits orçamentários elevados que minam a confiança dos investidores. Com os custos de empréstimos subindo em relação aos pares europeus, o primeiro-ministro Michel Barnier tenta aprovar cortes de gastos impopulares e aumentos de impostos em um parlamento onde não tem maioria.
O que a Bloomberg Economics diz: “À medida que o impulso dos Jogos Olímpicos diminui no quarto trimestre, o crescimento será afetado. Isso se somará aos riscos negativos da incerteza política, condições financeiras mais apertadas e consolidação fiscal. Esperamos que a economia contraia ligeiramente no trimestre atual, deixando o crescimento do ano em 1,1%.” — Maeva Cousin, economista sênior.
Embora a expansão econômica mais forte neste ano seja um benefício para o presidente Emmanuel Macron, uma análise detalhada dos dados mostra que os investimentos caíram 0,8% no período. Dados separados mostraram que o crescimento do consumo desacelerou em setembro. A persistente fraqueza nessas áreas é um fator chave por trás da queda nas receitas fiscais, o que está esticando ainda mais as finanças públicas.
As consequências mais amplas dessa pressão estão se tornando evidentes. A confiança do consumidor caiu inesperadamente pela primeira vez desde abril, com as famílias mais pessimistas em relação aos padrões de vida futuros e ao desemprego, que se tornou uma preocupação maior.
Fonte: Bloomberg
Traduzido via ChatGPT

