Por Adam Jourdan, Marco Aquino e Matt Spetalnick — Reuters, de Buenos Aires, Lima e Los Angeles
09/06/2022 05h02 Atualizado há 4 horas
A China ampliou a diferença em relação aos EUA em termos comerciais em grandes áreas da América Latina desde que o presidente Joe Biden assumiu, no início do ano passado, mostram dados, que ressaltam como a influência dos EUA está sob pressão na região.
Uma análise exclusiva da Reuters dos dados comerciais da ONU de 2015-2021 aponta que, fora o México, principal parceiro comercial americano, a China superou os EUA na América Latina e aumentou a diferença no ano passado.
A tendência, puxada pela América do Sul, mostra como os EUA perderam terreno numa região há muito vista como seu quintal.
México e EUA têm um acordo de livre comércio desde a década de 90 e o volume de comércio entre os dois vizinhos ofusca a relação com o restante da América Latina.
Mas a distância comercial dos EUA com o resto da região, que se abriu sob o ex-presidente Donald Trump, cresceu com Biden.
Autoridades atuais e antigas da região disseram à Reuters que os EUA demoraram a tomar medidas concretas e que a China, grande comprador de grãos e metais, simplesmente oferece mais à região em comércio e investimento.
Juan Carlos Capunay, ex-embaixador peruano na China, disse que, à exceção do México, “os laços comerciais, econômicos e tecnológicos mais importantes para a América Latina são com a China”. Politicamente, porém, a região ainda é mais alinhada com os EUA.
Excluindo o México, o fluxo comercial total (importação e exportação) entre a América Latina e a China atingiu quase US$ 247 bilhões no ano passado, bem acima dos US$ 174 bilhões com os EUA.
Já o fluxo comercial do México com os EUA foi de US$ 607 bilhões no ano passado, acima dos US$ 496 bilhões de 2015. Seu comércio com a China foi de US$ 110 bilhões (ante US$ 75 bilhões de 2015).
Fonte: Valor Econômico

