Por Adriana Cotias, Valor — São Paulo
23/11/2022 13h36 Atualizado
O Credit Suisse no Brasil observou resgates de R$ 4,5 bilhões em seus fundos de investimentos em outubro, com as saídas acumuladas no ano em R$ 5,8 bilhões. Os dados são da Anbima, que representa o mercado de capitais e de investimentos.
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A subsidiária local do grupo enfrentou uma onda de saques na esteira da reorganização anunciada lá fora, e com competidores aproveitando o ruído para atrair famílias afortunadas. Parte dos recursos pode ter sido, porém, acomodada em ativos fora dos fundos, como títulos públicos ou dívida.
No Brasil, o CS é o grupo estrangeiro mais bem sucedido na administração de fortunas, com um volume estimado em R$ 300 bilhões. A gestora de recursos reunia ao fim de outubro R$ 102,6 bilhões, ante R$ 105,5 bilhões em setembro.
Só no mês passado, os resgates em carteiras de renda fixa, que representam exposição direta à gestão do Credit Suisse, foram de R$ 2,8 bilhões. O patrimônio total na classe era de R$ 13,2 bilhões. O maior volume estava em multimercados, com R$ 68,1 bilhões. Nele, os saques foram de R$ 1,3 bilhão. O banco é um dos grandes distribuidores de carteiras de gestoras independentes, por meio de fundos espelho.
O CS não comentou as movimentações, mas em nota escreveu que, com a divulgação da estratégia global, ficou claro o foco nas atividades de gestão de riqueza em mercados com alto potencial de crescimento, como o Brasil. “Nos últimos anos, nossa operação para clientes brasileiros (‘onshore’ e ‘offshore’) cresceu 15% ao ano em média. O Brasil continua sendo absolutamente foco para o Credit Suisse e nossa meta de dobrar o tamanho da operação no país entre 3 e 5 anos não se alterou.”
Fonte: Valor Econômico

