11 Apr 2022 DANIELA AMORIM
Em meio às pressões inflacionárias, salários mais baixos, desemprego ainda elevado e crédito mais caro, as famílias brasileiras reduziram o consumo de bens, que está em patamar inferior ao que era registrado no pré-pandemia.
Por outro lado, puxado especialmente pelos mais ricos, o consumo de serviços já retornou ao nível pré-crise sanitária. As informações têm como base os dados desagregados do Monitor do PIB (Produto Interno Bruto) da Fundação Getulio Vargas (FGV), obtidos pelo Estadão/broadcast.
“A inflação elevada está corroendo o poder de compra das famílias”, apontou Claudio Considera, coordenador do Núcleo de Contas Nacionais do IBRE/FGV. “As pessoas estão reduzindo suas compras de bens não duráveis, semi-duráveis e até de bens duráveis.”
O Monitor do PIB da FGV antecipa a tendência para a atividade econômica brasileira a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo IBGE, responsável pelas contas nacionais.
Considerando a série histórica com ajuste sazonal, ou seja, que desconta os efeitos característicos de determinadas épocas do ano sobre o comportamento do consumidor, o consumo de bens semi-duráveis em janeiro ficou 12,14% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, no pré-pandemia.
O consumo de produtos duráveis – que é também dependente do crédito – está 10,28% abaixo do pré-covid. Já a aquisição de bens não duráveis, que inclui itens essenciais como alimentos e remédios, está 3,04% abaixo do pré-pandemia.
Por outro lado, o consumo de serviços em janeiro ficou 0,10% acima do pré-crise sanitária. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

