Os confrontos entre Israel e Hamas se intensificaram nos últimos dias em toda a Faixa de Gaza, enquanto mediadores buscam retomar as negociações para um acordo para a troca de reféns e um cessar-fogo.
O exército israelense conduziu incursões terrestres em áreas do norte da Faixa de Gaza, como Jabalia e Zeitoun, além de travar combates contra membros do Hamas no sul da cidade de Rafah.
Israel avançou ainda mais em Rafah na semana passada, em uma operação direcionada para pressionar o grupo terrorista a fazer um acordo para liberar reféns em troca de um cessar-fogo temporário.
Até o momento, a tática só provocou combates mais intensos, incluindo em partes de Gaza onde o exército israelense disse ter eliminado militantes anteriormente. As negociações de cessar-fogo, mediadas pelo Egito, Catar e Estados Unidos, também estagnaram.
Ainda assim, os mediadores árabes esperam reduzir as discordâncias entre os dois lados e buscam se reunir em Doha, no Catar, nesta semana, segundo autoridades egípcias.
Israel está aplicando pressão militar sobre o Hamas em Rafah na tentativa de garantir a libertação de reféns e visa entrar na cidade para destruir quatro dos batalhões militares do grupo, disse Netanyahu em um podcast gravado no domingo.
“Estamos muito perto de alcançar a destruição dos batalhões do Hamas restantes”, disse ele. “Isso é uma condição prévia para a vitória.”
Cerca de 130 reféns permanecem em Gaza, dos 240 sequestrados por Hamas e outros militantes palestinos no ataque de 7 de outubro, que matou 1,2 mil israelenses. A operação subsequente de Israel em Gaza provocou a morte de 35 mil pessoas, dizem autoridades de saúde locais, número que não distingue civis de combatentes.
Desde que Israel iniciou sua operação direcionada em Rafah na semana passada, mais de 300 mil palestinos fugiram da cidade, piorando a situação de crise humanitária e aumentando a pressão internacional para encerrar a guerra.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falou com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ontem à noite para reiterar a oposição dos EUA a uma grande operação terrestre em Rafah, onde até a semana passada mais de um milhão de pessoas haviam se refugiado devido aos combates em outras partes do enclave.
O presidente Joe Biden também está ameaçando atrasar novas vendas de armas para Israel se o país continuar a desafiar as preocupações americanas.
O conflito também está criando atritos significativos entre Israel e Egito, ex-inimigos que assinaram um histórico acordo de paz em 1979. O Egito disse ontem que interviria em apoio ao caso da África do Sul no Corte Internacional de Justiça, que acusa Israel de genocídio.
Como resultado dos combates em Rafah, a travessia entre a cidade e o Egito foi quase totalmente fechada. As posições militares perto da outra passagem importante para o sul de Gaza, em Kerem Shalom, também enfrentaram ataques de foguetes por parte do Hamas. O Ministério da Saúde em Gaza disse hoje que a falta cada vez maior de combustível significa que os geradores que alimentam hospitais e ambulâncias podem ficar sem funcionar.
O Egito está impedindo que caminhões de ajuda humanitária vindos do país entrem em Gaza por Kerem Shalom, segundo autoridades egípcias. O governo do Cairo ficou irritado porque Israel não avisou sobre a ação israelense na passagem de Rafah na semana passada, e ameaçou interromper a atuação do país na mediação de um acordo de cessar-fogo.
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