Por Alessandra Saraiva — Do Rio
09/11/2023 05h11 Atualizado há 4 horas
A inflação apurada pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou de 0,45% para 0,51% de setembro para outubro. Foi a maior taxa desde junho de 2022 (0,62%), informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Commodities e alimentos mais caros, respectivamente no atacado e no varejo, levaram ao resultado segundo André Braz, economista da fundação responsável pelo indicador. Porém, para ele, a taxa anual do IGP-DI deve encerrar negativa pela primeira vez em seis anos, mesmo com o arranque inflacionário no quarto trimestre de 2023. Até outubro, o indicador acumula quedas de 4,40% no ano e de 4,27% em 12 meses.
Sobre o desempenho do indicador em outubro, Braz destacou que mais uma vez a aceleração de preços no atacado impulsionou taxa mais alta do IGP-DI. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa o segmento, aumentou de 0,51% em setembro para 0,57%. Contribuíram para o resultado altas em preços de commodities no atacado, como bovinos (8,3%); minério de ferro (2,8%), e cana-de-açúcar (2,3%).
“Temos notado recuperação de preços de algumas commodities nos últimos tempos. A cana deve continuar subindo e bovinos também” afirmou ele.
O avanço nos preços atacadistas ocorreu juntamente com aceleração de preços no varejo. A inflação captada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) saltou de 0,27% para 0,45% de setembro para outubro.
“Tivemos problemas de oferta de alimentos in natura devido a problemas climáticos” explicou. Esses itens ficaram mais caros e deram fim à deflação no grupo alimentação dentro do varejo (de -0,64% para 0,05%). Isso foi fundamental para taxa maior do IPC, detalhou ele.
O avanço no varejo foi tão intenso que acelerou o núcleo da inflação varejista, usado para mensurar tendências e que passou de 0,26% para 0,30%, de setembro para outubro.
Para o técnico, esses fatores, a pressionarem atacado e varejo, devem perdurar no próximo mês – mas sem conduzir à descontrole inflacionário. Ele projeta aumento em torno de 0,5% para IGP-DI de novembro.
Mesmo com os aumentos de outubro, o especialista reiterou projeção de queda para taxa anual do IGP-DI em torno de 4%.
Fonte: Valor Econômico

