A Administração Estatal de Regulamentação de Mercado da China disse na terça-feira que está investigando o Google por suspeita de violação das leis antitruste. O anúncio não mencionou as tarifas, mas ocorreu logo depois de as tarifas de 10% de Trump sobre a China entrarem em vigor.
Não está claro como a investigação afetará as operações do Google. A empresa enfrenta há tempos reclamações de fabricantes chineses de smartphones sobre suas práticas comerciais em torno do sistema operacional Android, disse o professr da Universidade de Economia e Negócios Internacionais em Pequim, John Gong.
O Google, porém, tem uma presença limitada na China e o seu motor de busca está bloqueado no país como a maioria das outras plataformas ocidentais. A empresa saiu do mercado chinês em 2010 depois de se recusar a atender aos pedidos de censura do governo chinês e após uma série de ataques cibernéticos à empresa.
O Google não comentou imediatamente a notícia.
O Ministério do Comércio da China também colocou duas empresas americanas numa lista de entidades não confiáveis: o Grupo PVH, dono da Calvin Klein e da Tommy Hilfiger, e a Illumina, que é uma empresa de biotecnologia com escritórios na China. A listagem poderia impedir as empresas em atividades de importação ou exportação relacionadas com a China e de realizarem novos investimentos no país.
Pequim começou a investigar o Grupo PVH em setembro de 2024 por “comportamento impróprio relacionado a Xinjiang”, depois que a empresa supostamente boicotou o uso de algodão daquela região.
A resposta da China parece calculada e medida, notou Stephen Dover, estrategista-chefe de mercado e diretor do Instituto Franklin Templeton. No entanto, o mundo está preparado para um impacto extra.
“Um risco é o de início de uma guerra comercial retaliatória, que poderá resultar em um crescimento menor do PIB em todo o mundo, em inflação mais alta nos Estados Unidos, em um dólar mais forte e em uma pressão ascendente sobre as taxas de juro dos EUA”, disse.
Nesta terça-feira, a China resolveu reagir às tarifas generalizadas do presidente americano Donald Trump sobre produtos chineses com tarifas sobre importações selecionadas dos EUA, além de anunciar outras medidas.
Fonte: Valor Econômico

