Por Bloomberg
28/11/2022 05h01 Atualizado
A BlackRock está cautelosa com as perspectivas de longo prazo para as ações de companhias chinesas – mesmo com a recente melhora da confiança dos investidores – diante das incertezas nas relações com os Estados Unidos. “A geopolítica continua sendo um risco importante”, disseram gestores da gigante de investimentos liderados por Belinda Boa, chefe de investimentos ativos para a região Ásia-Pacífico, em um relatório sobre as perspectivas para 2023.
Entre outras preocupações, há incerteza sobre o possível impacto de novas políticas dos EUA em setores que vão além dos semicondutores, bem como possíveis medidas de retaliação, disseram. Empresas privadas e investidores estrangeiros também enfrentam um “clima potencialmente adverso” na China, dada a maior ênfase na ideologia em relação às últimas décadas, de acordo com a visão da BlackRock.
O tom da maior gestora de recursos do mundo contrasta com o crescente otimismo em relação à China, e é bem diferente de sua própria visão um ano atrás. Houve uma forte recuperação nas ações de companhias chinesas quando o governo divulgou diretrizes para abrandar a política de covid zero, e os investidores saíram às compras com múltiplos que já pareciam ter precificado muitas das más notícias. O índice Hang Seng China Enterprises já sobe quase 21% até agora em novembro, a caminho de seu melhor mês desde 2006.
Embora a BlackRock pareça apreensiva com as ações chinesas, a gestora reconhece que o crescimento econômico e o mercado podem surpreender positivamente se o setor imobiliário se estabilizar e as restrições contra a covid forem flexibilizadas.
Os economistas até agora estão relativamente pessimistas com as perspectivas de crescimento da China em 2023, vendo uma expansão de 4,9% no próximo ano, de acordo com sondagem da Bloomberg News. O Nomura cortou sua projeção para a expansão deste ano para 2,7%.
Fonte: Valor Econômico

