A BGR Asset nasceu oficialmente em dezembro de 2023. Mas suas raízes remontam a quase duas décadas atrás. A gestora especializada no mercado imobiliário foi fundada pela cúpula da BR Properties, mais especificamente pelo ex-CEO Martín Jaco, pelo ex-CFO André Bergstein, pelo ex-diretor de investimentos Felipe Guazzelli e pelo ex-diretor de planejamento financeiro e relações com investidores Gabriel Barcelos.
O quarteto atuou junto na companhia por 12 anos. Jaco e Bergstein começaram antes e acumularam 17 anos de experiência na BR Properties. A criação da BGR foi um desdobramento do fechamento de capital e aquisição de 100% das ações da BR Properties pela GP Investments.
Após a conclusão dessa operação no início do quarto trimestre do ano passado, Jaco, Bergstein, Guazzelli e Barcelos se uniram para comprar 80% do então braço de gestão de recursos do grupo, a BRPR. Os 20% restantes da nova gestora ficaram com a própria BR Properties, em troca da transferência do fundo imobiliário BROF11 e de quatro galpões logísticos.
A BGR já nasceu com um patrimônio de R$ 2,5 bilhões. Jaco explica que o grupo ambiciona alcançar um portfólio de R$ 10 bilhões, mas não se compromete com um prazo. “Podemos chegar a algo como R$ 10 bilhões em ativos, mas não temos um período certo, vamos levar adiante as estratégias e a expansão será consequência”, afirma.
Neste ano, provavelmente no segundo semestre, a casa pretende lançar um novo fundo imobiliário de renda de logística. “Nosso foco é ampliar o BROF11, que é especializado em lajes corporativas, e consolidar o futuro fundo de logística, mas, em um outro momento no futuro, queremos também entrar nos segmentos de fundo de crédito [conhecidos no mercado como FII de papel] e fundo de fundos [FoF]”, diz Bergstein.
Segundo o sócio-fundador, o portfólio de lajes já nasceu com uma autorização de capital para alcançar até R$ 5 bilhões. “O mercado de escritórios vai começar a se recuperar”, avalia.
Outro sócio-fudandor Martín Jaco explica que além das carteiras de rendas, a BGR atua com veículos específicos para negócios com perfil “private equity” imobiliário. “Nesse modelo, entram quaisquer projetos com potencial de ‘upside’ [ganho com valorização futura], como ‘greenfield’ [projetos iniciados do zero], retrofits e revisionais de locação”, afirma.
Segundo Jaco, o modelo é de “club deal”, ou seja, um consórcio de investidores institucionais que se junta para a aquisição de um ou mais ativos. “São investimentos com foco em retorno total então o capital que participa tem de ser mais paciente”, acrescenta.
A maior presença de investidores institucionais nas emissões dos FII deve ser uma tendência ao longo dos próximos anos, avalia Bergstein. “Os fundos imobiliários que fizeram ofertas recentemente tiveram presença institucional bem mais forte”, afirma. “O mercado precisa continuar crescendo, mas já começamos a ver grandes investidores como fundos de pensão um pouco mais presentes e interessados”, complementa.
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André Bergstein, Felipe Guazzelli, Martín Jaco e Gabriel Barcelos. sócio-fundadores da BGR Asset — Foto: Divulgação
Fonte: Valor Econômico

