A Vale levantou R$ 6 bilhões com emissão de debêntures incentivadas e as instituições financeiras coordenadoras da operação ficaram com mais de R$ 4 bilhões dos papéis. As debêntures foram emitidas com prêmio negativo, ou seja, um rendimento abaixo de títulos do Tesouro (NTN-Bs). Os bancos poderão carregar os papéis e vender com algum ágio (acréscimo) mais à frente, especialmente diante da possibilidade de perda da isenção de Imposto de Renda dos papéis a partir de 2026. O Itaú BBA foi coordenador líder da emissão da Vale, seguido por Bradesco BBI, BTG Pactual, Santander, UBS BB e XP Investment Banking.
As instituições financeiras têm entrado pesado em operações de empresas de primeiríssima linha e a expectativa é que o mesmo ocorra na emissão de R$ 3 bilhões da Petrobras. De acordo com fontes, uma das estratégias dos grandes bancos é distribuir posteriormente parte desses papéis para clientes de suas próprias gestoras de fundos e recursos, como forma de atração e retenção de clientes.
De modo geral, a demanda por títulos de empresas mais sólidas é grande, no atual momento em que o juro elevado tende a fragilizar o fluxo de caixa das companhias. Para as empresas, essas transações oferecem a oportunidade de captação a um custo muito baixo e competitivo em relação ao mercado de dívida externa. Tanto que a frequência de captações da Petrobras e Vale tem caído nos últimos anos.
Retorno ao mercado doméstico
No ano passado, a Vale fez uma operação com debêntures de R$ 6 bilhões, após ficar fora do mercado por 11 anos, lembra o sócio e responsável por Financiamento de Projetos da Stocche Forbes, Frederico Moura. “A Vale testou o mercado local e decidiu voltar este ano, acompanhando a demanda de investidores em uma janela que se abriu de março para cá”, disse ele à Coluna.
A emissão da Vale foi aprovada em 22 de maio pelo conselho de administração da companhia e as debêntures foram emitidas em três séries, com prazos de sete anos, dez anos e 12 anos. O prêmio foi negativo em 0,50% para duas das séries e em 0,47% para uma.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 17/06/2025, às 13:06.
Fonte: Estadão

