Em uma escalada da tensão no Oriente Médio, três militares dos EUA foram mortos e cerca de 34 ficaram feridos após um ataque aéreo com drones às forças americanas estacionadas na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, informou ontem a Casa Branca. São as primeiras mortes de americanos por ataque inimigo na região desde o início da guerra Israel-Hamas na Faixa de Gaza em outubro.
O presidente dos EUA, Joe Biden, atribuiu o ataque a grupos apoiados pelo Irã. “Embora ainda estejamos reunindo informações deste ataque, sabemos que foi realizado por grupos militantes radicais apoiados pelo Irã que operam na Síria e no Iraque”, disse Biden num comunicado. “Não tenham dúvidas, todos os responsáveis terão de responder por seus atos no momento e da maneira que escolhermos”, disse. “Nós responderemos”, repetiu mais tarde em um evento de campanha em Columbia, Carolina do Sul.
O ataque aumenta a tensão entre os EUA e o Irã e gerou chamados de alguns legisladores republicanos para que Biden lance ataques contra o Irã — um nível de escalada que Washington tem a intenção de evitar por hora.
Os riscos de um confronto direto dos EUA contra o Irã aumentaram desde o ataque de militantes do Hamas apoiados por Teerã a Israel, em 7 de outubro, e a subsequente incursão militar de Israel na Faixa de Gaza.
O ataque ocorreu durante a noite em um pequeno posto próximo à fronteira da Jordânia com a Síria e atingiu alojamentos das tropas, o que contribuiu para o grande número de vítimas. Cerca de 3.500 soldados dos EUA estão estacionados na Jordânia.
Um grupo de militantes apoiados pelo Irã, denominado Resistência Islâmica no Iraque, assumiu a autoria do ataque, segundo o jornal “Washington Post”.
O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, disse que o ataque teve como alvo as forças dos EUA e aliadas destacadas para derrotar o Estado Islâmico. Austin disse que ele e Biden “não tolerarão ataques às forças americanas e tomaremos todas as ações necessárias para defender os EUA, nossas tropas e nossos interesses”.
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Imagem de satélite mostra a Torre 22, na Jordânia, perto da fronteira com a Síria, em outubro de 2023 — Foto: PBC/AP
Agora, a Casa Branca tem o desafio de como tomar medidas militares e potencialmente econômicas mais fortes sem desencadear um grande conflito com Teerã.
Fonte: Valor Econômico

