30 Jun 2022 ANTONIO TEMÓTEO CÉLIA FROUFE
Mesmo com o crescimento registrado na arrecadação de tributos federais, as contas do governo central ficaram no vermelho em maio. No mês passado, a diferença entre o que o governo arrecadou e o que gastou ficou negativa em R$ 39,35 bilhões. O resultado vem depois de um superávit de R$ 28,6 bilhões em abril.
O resultado corresponde às contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central. Foi o pior desempenho para o mês desde 2020, quando houve um rombo de R$ 126,6 bilhões.
Em maio, as receitas tiveram alta real (descontada a inflação) de 5,6% em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas subiram mais – 7,9%, já descontada a inflação.
Na parcial do ano, porém, o saldo continua positivo. Nos cinco primeiros meses de 2022, o total de receitas do governo supera o total de despesas em R$ 39,2 bilhões – o melhor resultado desde 2011. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado estava positivo em R$ 19,9 bilhões.
Já em 12 meses até maio, as contas apresentam um rombo de R$ 21,3 bilhões – equivalente a 0,26% do PIB. A meta fiscal para este ano admite um déficit de até R$ 170,5 bilhões, mas a equipe econômica espera fechar o ano com um rombo de R$ 65,9 bilhões, conforme projeção divulgada pelo Ministério da Economia.
APOSENTADOS. O secretário do Tesouro, Paulo Valle, afirmou que a mudança no calendário para o pagamento do 13.º salário dos beneficiários do INSS levou ao crescimento das despesas em maio.
O governo decidiu concentrar esses repasses a aposentados e pensionistas em abril e maio. Com isso, desembolsou R$ 20,7 bilhões extras no mês passado com benefícios previdenciários.
Valle ainda destacou que maio foi marcado pelo crescimento de todas as receitas, diante do aumento da arrecadação. Entretanto, a receita líquida diminuiu diante de uma transferência extraordinária de R$ 7,7 bilhões decorrente de repasses para Estados e municípios após o resultado de leilões de campos de petróleo. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

