Novos dados mostraram que impureza identificada em anti-hipertensivo não tem a toxicidade inicialmente identificada
Por Rafael Rosas — Do Rio
13/07/2022 05h02 Atualizado há 3 horas
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publica hoje no Diário Oficial resoluções que revogam o recolhimento, a interdição e a proibição da comercialização de lotes de medicamentos contendo o princípio ativo losartana.
Em nota, a agência explicou que as resoluções foram motivadas pelo recebimento, no dia 7 de julho, de novos dados científicos referentes à impureza “azido”, detectada no princípio ativo losartana. Os documentos foram recebidos no âmbito do acordo de confidencialidade firmado com a European Medicines Agency (EMA), após divulgação pelo Coordination Group for Mutual Recognition and Decentralised Procedures – Human (CMDh), órgão vinculado à EMA, de novas informações sobre a impureza na losartana.
“Todo processo de recolhimento de qualquer produto ou substância é feito com foco na segurança dos pacientes. Por isso, após a publicação de uma medida preventiva, a Anvisa continua buscando informações e mantém uma avaliação constante da situação. No caso da losartana, após a análise dos novos dados, foi possível reverter a decisão”, diz a nota da Anvisa, frisando que novos testes demonstraram que a “azido” – que pode surgir durante a fabricação da losartana – não possui a toxicidade inicialmente identificada.
Para o presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, “mais uma vez prevaleceu a ciência”. “Os novos testes realizados pelas autoridades sanitárias internacionais constataram que as impurezas inicialmente detectadas não causam danos à saúde dos consumidores e a Anvisa retirou a determinação de recolhimento desse importante fármaco. Esperamos que a mesma ênfase dada à divulgação do suposto problema seja dada agora à informação relevante de que a losartana, anti-hipertensivo com cerca de 25 milhões de usuários no Brasil, é um medicamento seguro e nenhum paciente deve interromper seu tratamento com esse produto”, disse Mussolini, em nota.
Fonte: Valor Econômico