
Empresas como a B. Braun Brasil têm interesse em comercializar medicamento, que poderia solucionar a falta da dipirona que afeta unidades de saúde do país
Diversas unidades de saúde e hospitais do Brasil estão sendo afetados pela falta do medicamento dipirona injetável, que é utilizado no controle da febre e na redução da dor. Conforme divulgado nos principais veículos de comunicação do país, o problema está no valor estipulado para a comercialização do produto pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que torna o medicamento pouco vantajoso aos laboratórios. O paracetamol injetável é uma alternativa ao dipirona, por ser também um analgésico não opioide e considerado, de forma geral, seguro. No entanto, enfrenta as mesmas barreiras financeiras e por isso não é comercializado no país.
“O paracetamol injetável já é utilizado fora do Brasil há mais de 15 anos. Aqui, a B. Braun tem o registro da Anvisa para esse medicamento há aproximadamente dois anos, contudo, o valor determinado pela CMED o torna inviável”, explica a Gerente de Unidade de Negócios Farma da B. Braun, Julia Medeiros.
A comercialização do paracetamol injetável no Brasil supriria uma necessidade dos pacientes que por diversos motivos não podem utilizar anti-inflamatórios, como dipirona e ibuprofeno, evitando também que precisem utilizar opioides. “O paciente brasileiro fica com menos uma alternativa terapêutica. Se ele fica impossibilitado de tomar o medicamento por via oral, por qualquer motivo, ele já teria que pular para os opioides, que possuem uma série de riscos”, explica.
As regras de precificação da CMED são motivo de discussão por organizações do setor e empresas. Um dos problemas seria que o órgão regulador não levaria em conta os custos das embalagens, apenas da fórmula. Tanto a dipirona, quanto o paracetamol injetável são produzidos fora do país e seriam apenas envasados nacionalmente.
Para dimensionar a disparidade de preços, Julia explica que 100ml do paracetamol injetável devem ser comercializadas em torno R$ 3 de acordo com o estipulado pela CMED, enquanto 100ml de água para injetáveis tem valor registrado em torno de R$8. “Isso não faz sentido, uma vez que o paracetamol injetável é uma embalagem com água para injetáveis mais o medicamento”, conta Julia.
A B. Braun estima que poderia iniciar o processo de importação do paracetamol injetável para comercialização no Brasil assim que o preço fosse ajustado. “Essa mudança solucionaria uma demanda mercadológica, e acima de tudo traria benefícios significativos para os pacientes brasileiros”, afirma a gerente da multinacional de soluções médico-hospitalares.Empresas como a B. Braun Brasil têm interesse em comercializar medicamento, que poderia solucionar a falta da dipirona que afeta unidades de saúde do país
Fonte: Pfarma