Questões climáticas que vem ocorrendo desde o fim de 2023 continuam afetando a oferta dos alimentos e seus preços, segundo gerente da pesquisa do IBGE
PorLucianne Carneiro, Valor — Rio
As principais pressões para a aceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vieram dos grupos de alimentação e bebidas e de saúde e cuidados pessoais, segundo o gerente da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida. No caso desse último, a maior influência veio dos medicamentos, após a autorização de reajuste de até 4,5% dos preços pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
“Os grupos com maior influência foram alimentos e saúde e cuidados pessoais, puxado por medicamentos, após autorização de reajuste”, disse.
A alta dos preços de alimentação e bebidas acelerou de 0,53% em março para 0,70% em abril. Já a do grupo de saúde e cuidados pessoais passou de 0,43% em março para 1,16% em abril. Cada um dos dois grupos respondeu, individualmente, por 0,15 ponto percentual da taxa de 0,38% do IPCA. Isso significa uma contribuição conjunta de 0,30 ponto percentual, ou 78,9% da alta.
No caso da alimentação, Almeida destacou que as questões climáticas que vem ocorrendo desde o fim de 2023 continuam afetando a oferta dos alimentos e seus preços.
Itens individuais
Combustíveis e medicamentos responderam, sozinhos, por mais da metade da alta do IPCA de abril. O impacto conjunto foi de 0,20 ponto percentual da taxa de 0,38% do IPCA em abril, ou 52% da alta.
Os preços dos combustíveis subiram 1,74%, com influência de 0,10 ponto percentual. Houve alta dos preços de etanol (4,56%), gasolina (1,50%) e óleo diesel (0,32%). A única exceção foi o gás veicular (-0,51%). Com a nova política de precificação da Petrobras, anunciada em maio passado, a empresa tem feito reajustes mais pontuais. Os últimos foram no fim de 2023.
Já os preços de produtos farmacêuticos – onde estão os medicamentos – subiram 2,84% em abril, como reflexo da autorização de reajuste de até 4,5% da CMED.
Muitos dos medicamentos entraram no ranking dos maiores aumentos do IPCA em abril, como antidiabético (4,19%), anti-infeccioso e antibiótico (3,49%), hipotensor e hipocolesterolêmico (3,34%), antigripal e antitussígeno (2,65%) e analgésico e antitérmico (2,52%), por exemplo.
“Combustíveis e medicamentos foram os itens que mais subiram no IPCA em abril. Em cada um dos itens há uma série de subitens, pela metodologia do índice”, afirma o gerente da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida. Mais recente Próxima Novas tempestades no RS a partir desta sexta-feira podem ampliar cheias dos rios
Fonte: Valor Econômico