A XP acaba de captar R$ 350 milhões com investidores de varejo para montar seu primeiro fundo especializado em comprar participação de investidores em outros fundos, uma prática muito comum lá fora e que vem ganhando força no Brasil. A captação superou o objetivo inicial, que era levantar R$ 300 milhões.
A estratégia do fundo da XP é permitir que investidores que aplicaram em fundos de private equity, que compram participação em empresas, consigam sair do investimento antes do prazo final de sua maturação por razões diversas, como simplesmente rebalancear suas carteiras, conta Priscila Rodrigues, contratada este ano pela XP Asset Management para tocar a área de fundos de fundos. A executiva era sócia da gestora Crescera e é a atual presidente da ABVCap, a associação que reúne gestoras de fundos de participação.
O fundo novo da XP, aliás, já fez seu primeiro negócio, comprando cotas de uma família, mas com nomes e condições que não ficarão públicos. Para quem aplicou no fundo, a promessa é liquidez em seis anos, melhor que a média dos fundos de private equity, que pode chegar a 10 anos.
Ideia é oferecer negócios feitos antes de 2019
Muitas das cotas a serem adquiridas serão de fundos de private equity que foram ao mercado antes de 2019, quando a XP começou a distribuir a estratégia de investimento em empresas para seus clientes. Portanto, a casa entende que será uma oportunidade aos clientes pessoas físicas da XP de alocar em ativos que não tiveram oportunidade anteriormente.
Antes da chegada de Priscila Rodrigues, a XP Asset já vinha trabalhando com essa estratégia, mas por meio de um fundo de R$ 1,2 bilhão que usa de 15% a 20% do capital para compra de cotas. Entretanto, 50% dele segue a alocação pura em participação em empresas e 30% em investimentos em coparticipação com outras gestoras. O novo fundo é exclusivo para a compra de cotas.
Normalmente, as compras são com um deságio, como em qualquer operação de antecipação. Nos Estados Unidos, o desconto fica na média em 15%, chegando a subir para 20% em tempos mais difíceis e a cair para 5% em tempos melhores.
Os investimentos em fundos de private equity são de ciclo longo, podendo superar 10 anos no Brasil. Os formatos mais tradicionais de saída das alocações são a venda da participação por meio de oferta em bolsa ou venda direta a um investidor estratégico. Ambos os caminhos têm sido complicados, especialmente porque a bolsa brasileira está fechada a novas ofertas há quatro anos, por conta dos juros em dois dígitos. Por isso, o mercado secundário, como é chamada a estratégia de adquirir cotas de fundos de private equity está ganhando espaço por aqui.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 12/06/2025, às 14:49.
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Fonte: Estadão

