Por Wenxin Fan — Dow Jones Newswires, de Hong Kong
05/04/2022 05h02 Atualizado há 5 horas
Xangai decidiu ontem manter o lockdown decretado em 28 de março para conter o mais grave surto de covid-19 já enfrentado pela China desde o início da pandemia. Também ontem foi concluída a testagem de seus 25 milhões de residentes contra o vírus.
Inicialmente, o lockdown deveria acabar ontem, mas o governo municipal disse que a restrição continuará até que as autoridades terminem de avaliar a situação, incluindo a revisão dos resultados do esforço de testes em massa.
Xangai havia planejado um lockdown de duas fases, no qual metade dos moradores da cidade ficaria confinado em suas casas de cada vez. A primeira, de quatro dias de moradores a leste e sul do rio Huangpu, que corta a cidade, deveria ter terminado na sexta-feira. A segunda etapa estava prevista para terminar na noite de ontem. Em vez disso, os moradores de ambos os lados do rio permanecem confinados sem indicação de quando a medida será suspensa.
Analistas já começaram a rebaixar suas previsões para o crescimento da China na semana passada e alertaram para a possibilidade de novos cortes caso o lockdown em Xangai se prolongue por mais tempo.
A capital financeira da China registrou um recorde de 9.006 casos de covid-19 ontem, de 13.137 novas infecções em todo o país. No sábado, o vice-premiê, Sun Chunlan, encarregado pelo presidente Xi Jinping para liderar a luta contra o coronavírus, chegou à cidade para direcionar os esforços para acabar com o surto que está sendo impulsionado pela altamente transmissível variante ômicron.
“Enviaremos todas as nossas melhores forças”, disse Sun à agência estatal de notícias Xinhua, usando termos militares de acordo com a descrição de Pequim das medidas antivírus como batalhas em uma guerra. “A rapidez é a essência da guerra.”
As autoridades de Xangai disseram que já realizaram 33 milhões de testes durante as duas primeiras fases do lockdown, mas até agora não há sinais de que a estratégia esteja controlando o surto.
Como a maioria das pessoas que testam positivo não apresenta sintomas, cresce a frustração pública com o que muitos veem como políticas diruptivas. Muitos moradores enfrentam dificuldades para ter acesso a comida e serviços médicos. As fábricas estão fechadas e os trabalhadores ficam em casa, pois a ruptura na cadeia de suprimentos causa escassez de peças.
A Tesla alertou funcionários e fornecedores no domingo que não conseguiria retomar a produção ontem como planejado. A fabricante de veículos elétricos também não deu uma previsão de quando reiniciará as operações, suspensas desde 28 de março.
Fonte: Valor Econômico

