Por Gabriel Caldeira, Eduardo Magossi e Igor Sodré — De São Paulo
22/11/2023 05h03 Atualizado há 4 horas
A ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed), realizada nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, não alterou as perspectivas do mercado para a política monetária nos Estados Unidos. Assim, as bolsas de Nova York e as taxas dos Treasuries terminaram o dia com movimentos moderados, após uma reação tímida à ata e na ausência de outros fatores para direcionar os mercados.
O índice Dow Jones recuou 0,18%, o S&P 500 teve queda de 0,20% e o Nasdaq cedeu 0,59%. No mercado de renda fixa, a taxa da T-note de dez anos encerrou a sessão em queda, indo de 4,422%, no ajuste anterior, a 4,394%, enquanto a da T-note de dois anos teve recuo marginal, de 4,900% a 4,879%. Ambos os títulos fecharam no menor valor desde setembro.
Wall Street teve poucos direcionadores ontem, principalmente depois que a ata do Fed decepcionou em termos de novidades sobre a condução da política monetária nos EUA. O documento apenas reiterou a postura cautelosa do banco central americano e reiterou que há a possibilidade de que os juros voltem a subir caso a inflação não reduza o suficiente. Vale ressaltar, porém, que a última reunião do Fed terminou em 1º de novembro, antes da divulgação de dados mais fracos de inflação e do mercado de trabalho dos EUA.
“A ata é compatível com a coletiva de imprensa da última reunião e com as falas recentes dos membros do Fomc. Eles seguem sustentando um discurso de “juros altos por mais tempo”, tentando evitar que a curva de juros precifique mais cortes e afrouxe ainda mais as condições financeiras”, diz Sávio Barbosa, economista-chefe da Kínitro Capital.
O mercado já não projeta mais altas de juros pelo Fed neste ciclo e já precifica chance majoritária de que o primeiro corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica ocorra em maio ou junho do ano que vem, cenário que não se alterou após a ata divulgada ontem.
Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, também espera uma pausa do ciclo de aperto do Fed, mas só espera o primeiro corte no segundo semestre de 2024. “O resumo é que as coisas estão na direção certa, mas os números ainda não permitem descuidos, particularmente dada a piora no balanço de riscos internacionais. A chamada última etapa do processo de desinflação pós-covid pode ser mais longa do que o antecipado ou desejado.”
Fonte: Valor Econômico
