No segundo trimestre, a companhia viu seu lucro líquido ajustado cair 30%, principalmente devido ao aumento da alavancagem
Por Beth Koike — De São Paulo
10/08/2022 05h01 Atualizado há 6 horas
Um ano após a sua abertura de capital e 17 aquisições, a Viveo, distribuidora e fabricante de produtos de saúde controlada pela gestora DNA Capital, vai se concentrar na integração dos ativos e desenvolvimento de novos negócios. A decisão também está relacionada ao ambiente econômico, cujos juros elevados afetam o custo da dívida e impactam o resultado da última linha do balanço.
No segundo trimestre, a companhia viu seu lucro líquido ajustado cair 30%, para R$ 54,3 milhões, principalmente, devido ao aumento da alavancagem. A relação dívida líquida/Ebitda aumentou de 0,4 vez para 1,8 vez entre o primeiro e o segundo trimestres. No começo de junho, a Viveo concluiu a aquisição da Profarma Specialty com um pagamento de cerca de R$ 700 milhões, provocando a alta do endividamento. Ainda em junho, a companhia emitiu R$ 1 bilhão em debêntures para alongar e reduzir o custo da dívida.
“Nos próximos 12 meses, vamos focar em integrar as aquisições, capturar sinergias e criar novos negócios”, disse Leonardo Byrro, CEO da Viveo. O executivo deu como exemplo a área de monitoramento de pacientes que recebem medicamento em casa, criada a partir da aquisição de uma empresa de entrega de remédios em domicílio. “Antes, só fazíamos a logística de hospitais, depois ampliamos para operadoras de planos de saúde e agora temos um programa de suporte ao paciente, que gera uma receita anual de R$ 120 milhões”, disse Byrro.
No segundo trimestre, a receita líquida ajustada atingiu R$ 1,9 bilhão, alta de 33%, sendo 11% de crescimento orgânico. Quando se exclui os ajustes, o aumento foi de 20%. A companhia ajustou sua receita devido à mudanças tributárias. Em 2021, as empresas de varejo deixaram de pagar o Diferencial de Alíquota (Difal) do ICMS, mas essa cobrança retornará em 2023. Para demonstrar o impacto da isenção do imposto, a companhia reportou, no segundo trimestre de 2021, receitas líquidas com e sem a cobrança do tributo. Nos últimos 12 meses, o setor passou a dar descontos nas vendas como compensação do benefício fiscal. Assim, a receita líquida da Viveo com ou sem ajustes foi a mesma no segundo trimestre deste ano.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 176 milhões, alta de 52,2%. A margem subiu 1,1 ponto percentual para 9%.
A Viveo fez 17 aquisições que somam R$ 1,4 bilhão e captou R$ 1,9 bilhão no IPO, sendo que R$ 800 milhões foram para o caixa. Três aquisições foram anunciadas no segundo trimestre, quando o cenário econômico já estava complicado. “Foram aquisições que já estavam no nosso radar, entramos em novas áreas e elas geraram um Ebitda de R$ 90 milhões”, disse.
Fonte: Valor Econômico