O multimercado Verde, liderado por Luis Stuhlberger, encerrou outubro com desvalorização de 0,42%. Segundo a carta mensal, as perdas vieram principalmente da exposição em ações e da parcela em estratégias de inflação implícita no Brasil. Na distribuição de resultados, o fundo colheu bons frutos em juros globais, moedas, petróleo e crédito. No acumulado do ano, o portfólio acumula ganhos de 7,72%, ante 11,02% do CDI.
No texto, a equipe da Verde aponta que a volatidade causada pelas fortes altas das taxas futuras dos Estados Unidos dominou boa parte do mês, com impactos em todas as classes de ativos. Nos últimos dias, porém, o processo se esgotou e houve os primeiros sinais de reversão.
“A pujança do crescimento americano no terceiro trimestre explicava parte importante do movimento, e agora começamos a ver evidências que tal crescimento não deve se sustentar, inclusive no mercado de trabalho”, afirma a Verde. “Além disso, o Federal Reserve reconheceu que o aperto das condições financeiras recente, de certa maneira, reduz a necessidade de novas altas pela autoridade monetária.”
No Brasil, o time de gestão cita um “renovado choque” em 27 de outubro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “resolveu trazer a público suas frustrações com a meta de déficit público” para 2024. “A falta de estratégia do governo muitas vezes assusta, mas como tem sido a tônica ao longo do ano, gera mais ruído do que propriamente sinal”, diz a Verde. A volatilidade trouxe oportunidades na renda fixa que o multimercado tem aproveitado.
O fundo voltou a aumentar sua exposição em ações, principalmente globais, ampliou a posição aplicada em juros no Brasil, enquanto reduziu a de inflação implícita.
Lá fora, a gestora passou a ter posição aplicada em taxas longas americanas e sustenta a parcela em juro real.
A exposição a crédito “high yield” (de maior potencial de retorno e risco) foi reduzida no mercado local pela maturação de alguns investimentos, e a fatia em crédito global foi mantida.
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Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde — Foto: Silvia Costanti/Valor
Fonte: Valor Econômico

